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RJ: Justiça recebe denúncia e mantém ex-marido preso por morte de juíza

Do UOL, em São Paulo

03/01/2021 08h12

A Justiça do Rio de Janeiro recebeu ontem a denúncia do Ministério Público do estado contra Paulo José Arronenzi pelo assassinato da ex-mulher, a juíza Viviane Vieira do Amaral.

Com o recebimento da denúncia, o juiz Alexandre Abrahão Dias Teixeira, da 3ª Vara Criminal, manteve o acusado preso preventivamente — ele está em Bangu 8, no Complexo Penitenciário de Gericinó. A defesa do acusado tem dez dias para se manifestar por escrito.

"A defesa, consubstanciada na resposta à acusação deve ser técnica e que sua omissão poderá ensejar o decreto de abandono da causa e o pagamento de multa de 10 (dez) a 100 (cem) salários mínimos", registra a decisão.

Além disso, o magistrado determinou que familiares, amigos e pessoas próximas a Paulo não se aproximem das filhas do casal, com idades entre sete e dez anos.

"Encontrei a necessidade de manutenção da medida extrema e, por tal motivo, adotando como forma de decidir os reais e legais fundamentos ali desenvolvidos, os quais torno parte integrante da presente decisão, opto por manter a custódia cautelar prisional dada sua extrema e evidente necessidade", comunicou o juiz na decisão.

"A prisão, tal como lá externado faz-se necessária ante a ótica concreta de lesão à garantia da ordem pública, especialmente avalizada quanto às testemunhas que futuramente serão ouvidas na presente relação processual", acrescentou.

O crime ocorreu em 24 de dezembro, na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio. Na ocasião, Viviane foi morta a facadas por Paulo diante das três filhas pequenas dos dois.

No dia 30, o MPRJ (Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro) denunciou Paulo José Arronenzi por homicídio quintuplamente qualificado. Segundo a denúncia feita pela 2ª Promotoria de Justiça junto ao III Tribunal do Júri do Rio, o crime — cometido por ele de maneira consciente e voluntária, no entender do MP — pode ser qualificado como feminicídio e foi cometido diante das crianças, por meio cruel, motivo torpe e sem chance de defesa.