Após ver fotos juntadas por pais, juíza liberta 4 jovens acusados de roubo
A juíza Maria Fernanda Belli, da 1ª Vara Criminal de São Paulo, determinou a liberdade provisória dos jovens Alexssandro Marques do Nascimento, 18, Eryk Bueno Pimentel, 20, e Kelvin Nascimento de Amancio, 22. Os jovens deverão ser soltos nas próximas horas.
Eles foram presos pela Polícia Militar sob acusação de roubo de carga, mas seus pais investigaram o caso e coletaram imagens de câmeras de segurança e imagens de celular com a ajuda do advogado Wagner de Souza e, com isso, mostraram que os jovens não estavam na cena do crime e também que não descarregaram a mercadoria roubada, como acusava a PM.
Segundo a PM descreveu no boletim de ocorrência, os jovens foram presos em um matagal atrás da Emef Iracema Marques "colocando caixas de produtos dentro de um veículo Fiesta", contudo os pais dos jovens e seus defensores provaram que o Fiesta foi apreendido em outro local. A acusação foi reproduzida no inquérito policial pela Polícia Civil e usada na denúncia pelo Ministério Público.
Em dezembro, a juíza Maria Fernanda havia negado pedido semelhante feito pela defesa de Alexssandro e Eryk, mas na decisão desta quarta-feira (20), ela afirma que não conseguiu ver os vídeos incluídos no processo pela defesa dos jovens, mas que viu as fotos dos vídeos juntadas pela defesa.
Juíza afirma que local, roupa e selfies indicam que jovens não participaram de roubo
"É possível verificar (...) que os acusados estão em local diverso daquele em que o veículo roubado (Fiorino) está sendo descarregado, observando-se que suas vestimentas são diferentes dos indivíduos que aparecem descarregando as mercadorias, para colocá-las no veículo Fiesta, também estacionado. Os réus, nesse mesmo horário (09h48/09h53), aparecem fazendo fotografias do tipo "selfie", tudo a revelar (...) que não participaram da empreitada criminosa. Neste aspecto, com base nas imagens, não é possível visualizar os réus descarregando as mercadorias do veículo subtraído e guardando-as no veículo Fiesta", escreveu a juíza.
O quarto acusado indevidamente pelo crime, Rafael Marques, 21, está em prisão domiciliar desde o início do processo, pois está em tratamento para transtorno bipolar. A juíza não menciona na decisão se estenderá a ele a liberdade provisória.
O novo pedido de liberdade provisória foi apresentado ontem (19) pelo advogado Wagner de Souza, que representa Alexssandro e Eryk. A juíza concedeu a liberdade a eles e a estendeu a Kelvin. O pedido foi feito junto com a apresentação da defesa prévia dos jovens, acusados pelo MP Estadual de roubo.
No dia 18, os pais de Alexssandro e Eryk prestaram depoimento à Ouvidoria da Polícia sobre o caso, que oficiou a Corregedoria da Polícia Militar, a Polícia Civil e o Ministério Público.
Além da Ouvidoria, o caso mobilizou a Comissão de Direitos Humanos da OAB/SP, a Mandata Ativista (Psol) e a Rede de Resistência e Proteção contra o Genocídio. Os pais mobilizaram o bairro com o apoio da rede e isso os ajudou a obter mais imgens da operação policial, que mobilizou até um helicóptero. A carga da Fiorino consistia de 15 pacotes e era avaliada em R$ 5.000.
Na decisão, a juíza acrescenta que os jovens não foram reconhecidos pelo dono da Fiorino com a carga roubada, mas somente o acusado Guilherme Mendes Borges da Silva, 21, reconhecido pela vítima enquanto fugia a pé depois de abandonar o furgão. Silva será mantido preso. O UOL tenta contato com sua defesa.
Na decisão, a juíza estabeleceu que os jovens libertados hoje deverão comparecer a todos os atos processuais e que não podem se ausentar de casa das 22h às 6h, exceto que venham a comprovar que trabalham ou estudam nesse horário.
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