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Agora em AL, paciente conta que passou 10 dias sem tomar banho em Manaus

A paciente Nilvana Cavalcante, 48, conta o "inferno" que viveu na capital do AM - Felipe Chargel/Assessoria da Secretaria de Estado da Saúde de Alagoas
A paciente Nilvana Cavalcante, 48, conta o "inferno" que viveu na capital do AM Imagem: Felipe Chargel/Assessoria da Secretaria de Estado da Saúde de Alagoas

Josué Seixas

Colaboração para o UOL, em Maceió (AL)

22/01/2021 22h23

Nilvana Cavalcante, de 48 anos, encontrou o sofrimento não só na covid-19, mas nas condições em que foi obrigada a sobreviver em Manaus (AM). Foram dez dias sem tomar banho e sem a possibilidade de fazer as necessidades fisiológicas, já que o hospital em que estava internada não possuía cilindros de oxigênio para levar os pacientes até o banheiro.

Ela e mais 13 pacientes vieram da capital amazonense para Alagoas ontem. Recebendo os cuidados no Hospital Metropolitano de Alagoas, Nilvana conta que encontrou condições melhores no tratamento, além de ter usado uma expressão forte para definir a mudança de ares: a saída do inferno para o paraíso.

Nilvana também não poupou palavras para falar da situação em que se encontrava em seu estado. Ela definiu que se sentiu "jogada às moscas", uma vez que estava sem qualquer possibilidade de encontrar uma melhora.

"Eu estava há dez dias sem tomar banho. Eu estava há dez dias sem fazer as minhas necessidades fisiológicas porque não tinha cilindro de oxigênio para nos levar ao banheiro para simplesmente fazermos nossa higiene pessoal e nossa necessidade. Falta gente para trabalhar, falta remédio e até faltou comida um dia. Com a ajuda de Deus, eu pude chegar até aqui. Saí de um inferno para um paraíso", disse.

Ela conta que foi muito recebida em Alagoas e que uma das primeiras coisas que fez foi tomar um banho, o que trouxe alívio e uma renovação. Nilvana conseguiu comer e fazer as necessidades, o que mudou todo o astral da paciente - assim como sua certeza em se recuperar.

"Se eu não saísse daquele lugar, eu tenho certeza que eu perderia a minha vida. Eu sei que estou tranquila e vou voltar para a minha família com saúde", complementou a paciente.

Acolhimento em Alagoas

Na madrugada de ontem, 14 amazonenses foram recebidos para continuarem os seus tratamentos. Eles foram divididos e ocupam leitos em dois hospitais: além do Hospital Metropolitano de Alagoas, também estão no Hospital da Mulher.

Nas últimas 24 horas, foram detectados 351 novos casos e nove mortes no estado. Na tarde de hoje, a taxa de ocupação de leitos para a doença estava em 46%. Considerando apenas os leitos de UTI, a ocupação estava em 54%.