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MA: Polícia descarta suicídio, e família é investigada por morte de menino

J.P., de 12 anos, foi encontrado morto em outubro - Divulgação/Polícia Civil
J.P., de 12 anos, foi encontrado morto em outubro Imagem: Divulgação/Polícia Civil

Rafael Souza

Colaboração para o UOL, em São Luís

22/01/2021 13h06

Após registrar um caso de suicídio, familiares se tornaram os principais suspeitos da morte de um adolescente de 12 anos com um tiro na cabeça, em outubro de 2020.

O adolescente J.P. foi encontrado deitado no sofá e com um tiro na cabeça, dentro de casa, no bairro Moropoia, em São José de Ribamar (MA), região metropolitana de São Luís.

Na época, além de registrar um Boletim de Ocorrência informando que a criança se matou, o pai do adolescente disse que chegou em casa e já encontrou a criança sem vida. Vizinhos informaram também que o adolescente estava sozinho em casa.

A Polícia Civil iniciou as investigações e não encontrou a arma do crime no local. Na época, os próprios familiares entregaram uma arma dizendo que teria sido usada no crime. A arma estava registrada no nome de um capitão reformado da Polícia Militar identificado como Walter Washington Teixeira, que também era tio do adolescente.

O policial prestou depoimento e afirmou que deixava a arma na casa do cunhado, mas que ele não estava no local do crime.

Reviravolta: um 'teatro'

Três meses após o crime, policiais cumpriram ontem um mandado de busca e apreensão e encontraram na casa dos pais munições intactas de calibre 38.

Ao UOL, o delegado Jader Alves declarou que já existe a confirmação de que o adolescente não se suicidou, mas foi assassinado.

"Posso dizer que, em hipótese alguma, o menino realizou algum disparo naquele dia. Laudos técnicos não encontraram nenhum vestígio de disparo nas mãos da vítima. Além disso, a arma que foi encontrada no local do crime não é a mesma que matou o adolescente. Fizeram um 'teatro' colocando outra arma perto da vítima", contou o delegado.

O delegado Alves informou ainda que os depoimentos entre os familiares estão contraditórios. Os celulares do pai, da mãe, do tio e de uma avó já foram apreendidos para o decorrer das investigações.

Até o momento, a polícia afirma que ainda não encontrou a verdadeira arma do crime e não tem ideia do que teria motivado o assassinado do adolescente. O inquérito do caso está sob segredo de Justiça.