RJ: mais dois que estavam em lancha são identificados; homem segue sumido
Os corpos do empresário Domingos Savio Ribeiro e do comandante Guilherme Ambrósio de Oliveira foram identificados hoje à noite pelo IML (Instituto Médico Legal) de Macaé, no Rio de Janeiro. Eles e mais três tripulantes estavam em uma lancha que desapareceu próximo ao farol de São Tomé, em Campos dos Goytacazes, no dia 30 de janeiro. A Marinha iniciou as buscas pela embarcação no dia seguinte, 31. O mestre de máquinas José Cláudio de Sousa segue desaparecido.
Os dois corpos estavam em tratamento de hidratação das impressões digitais desde que foram encontrados, no sábado (6). Os corpos do pescador Wilson Martins dos Santos e do empresário Ricardo José Kirst, encontrados na quinta (4), já haviam sido identificados pelas respectivas famílias. Os quatro tripulantes morreram afogados, indicou a a necropsia realizada no IML.
Segundo o IML, os dois corpos foram identificados hoje por meio de exame de papiloscopia ao terem as papilas dérmicas comparadas com impressões digitais de documentos das vítimas enviados pelo governo do Ceará. O IML destacou que nenhum familiar teve acesso aos corpos, pois é impossível a identificação visual.
Familiares de Ribeiro e Oliveira foram informados da identificação e estão viajando do Ceará para o Rio de Janeiro para fazer o translado dos corpos até o estado de origem. A previsão é que eles cheguem amanhã.
O quinteto era amigo de pesca e fazia uma expedição do Rio de Janeiro para Fortaleza que duraria entre 15 e 20 dias. A Marinha do Brasil segue fazendo buscas na região para tentar encontrar o último tripulante e a embarcação.
Diretor de pesca alertou sobre manutenções
Em entrevista ao "Fantástico", exibida ontem, o diretor de pesca do Iate Clube Jardim Guanabara, do Rio de Janeiro, disse ter alertado Kirst sobre a importância de realizar manutenções "com calma" na lancha. A embarcação estava parada havia dois anos.
"Nós tentamos convencê-lo de que seria muito mais seguro e até mesmo viável, economicamente falando, que ele contratasse um transporte por terra e fizesse essas manutenções com calma na cidade de origem. Mas ele insistia que seria a aventura da vida dele", disse Anselmo Suhett para a TV Globo.
Ele também comentou que o plano de navegação de Kirst parecia frágil; em contato com ele às 17h — horas antes do desaparecimento na madrugada de 30 de janeiro —, o empresário teria dito a Anselmo que procuraria uma ilha para abrigo. Porém, segundo o diretor do Iate Clube, o dono da lancha já deveria ter esta informação em mente.
"Naufragou provavelmente lá por 1h da manhã [do sábado, dia 30], mas às 17h e pouco [do dia anterior] ele me mandou uma mensagem, onde afirmou estar em condições de navegação muito difíceis. O mar tinha crescido muito e ele iria procurar uma ilha para abrigo. Mas se ele fez um plano de navegação, deveria saber onde tinha um plano de abrigo", explicou Anselmo Suhett.
Problemas na viagem
O empresário gaúcho Ricardo Kirst, que residia no Ceará, chamou quatro amigos do estado onde mora para realizarem uma expedição em uma lancha. Ele comprou a embarcação no Rio de Janeiro e iria levá-la por mar até Fortaleza. O objetivo era registrar a jornada para ser publicada no canal do YouTube dele, onde costumava postar viagens náuticas e pescarias.
Eles ainda chegaram a fazer alguns registros, mas logo no primeiro dia a lancha apresentou um problema de entrada de ar em mangueiras no Rio de Janeiro, onde tiveram de ancorar para realizar o reparo.
Dois dias depois seguiram viagem, mas na madrugada do dia 30 emitiram um pedido de socorro à Marinha e aos navegantes que estivessem próximos, informando que estavam com problemas na embarcação e que teriam que abandonar a lancha.
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