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'Um dia festa, no outro velório': família pede justiça após morte de jovem

Jeane Fagundes, 20, morreu em acidente de moto em Balneário Camboriú (SC) - Reprodução
Jeane Fagundes, 20, morreu em acidente de moto em Balneário Camboriú (SC) Imagem: Reprodução

Luan Martendal

Colaboração para o UOL, em Florianópolis

09/02/2021 14h23

A família e os amigos da estudante de nutrição Jeane Fagundes, de 20 anos, atropelada e morta em uma colisão entre carro e moto em Balneário Camboriú (SC), criaram a campanha #JustiçaPorJeane. A ação nas redes sociais busca cobrar as autoridades por celeridade na investigação e na responsabilização do motorista suspeito de ter provocado o acidente e fugido do local sem prestar socorro. A ocorrência foi registrada na noite de domingo (7) em frente ao Aquário Municipal, um dos principais pontos turísticos da cidade.

A Polícia Civil apurou até o momento em que o atropelamento ocorreu, quando a moto em que a jovem era passageira reduziu a velocidade próximo a uma faixa de pedestres, na avenida Normando Tedesco, e o carro acabou batendo na traseira do veículo. Com o impacto, a vítima e o namorado, Ariel Boff, caíram no chão — ela foi atropelada, morrendo no local.

Segundo a polícia e a Guarda Municipal, o condutor do outro veículo envolvido no acidente, um Citroën C3, não parou para prestar socorro e abandonou o veículo na rua 4.300, fugindo a pé com um passageiro do carro. A parte frontal do automóvel ficou destruída com o impacto da batida.

Nas redes sociais, a hashtag que pede justiça pela morte da estudante ganha apoio entre os moradores da cidade catarinense e os amigos compartilham homenagens à jovem. A campanha #JustiçaPorJeane foi lançada pela promotora de Justiça aposentada Larissa Mayumi Karazawa Takashima Ouriques, que é amiga da família e criou o movimento em solidariedade pela perda de Jeane.

"Meu grande amigo Aroldo [irmão de Jeane] e sua família estão desolados e buscam por justiça! Assumi o compromisso de fazer tudo o que estiver ao meu alcance para ajudá-los nessa busca", diz um trecho da publicação que já conta com quase sete mil curtidas.

Em paralelo, os amigos de Jeane Fagundes também compartilham um vídeo em que ela canta "Video Games", de Lana Del Rey, com o pedido para que o mesmo chegue até a cantora da qual ela tinha o sonho de conhecer. A publicação já conta com mais de 13 mil visualizações.

'Num dia, estávamos festejando; no outro, em seu velório'

Nas horas que antecederam sua morte, Jeane esteve com o companheiro e alguns amigos em um camping em Rio dos Cedros para aproveitar o final de semana. Bruno Parucker, primo de segundo grau da jovem e amigo do casal, participou do encontro e relatou ao UOL que os últimos momentos deles com a jovem foram especiais, com alegria e muitas risadas, mas com um desfecho difícil de aceitar.

"Esse acampamento já tínhamos combinado há algum tempo e foi show de bola. Registramos muitos momentos bons juntos. A gente retornou para casa, e no dia seguinte recebemos a informação de que ela havia partido. É uma coincidência difícil: num dia a gente estava festejando e se divertindo com ela, e, no outro dia, tivemos que ir em seu velório. É bem triste e parece que a ficha ainda não caiu", lamenta.

Segundo Bruno, o namorado e os familiares de Jeane estão abalados com toda a situação e estão recebendo suporte dos conhecidos para superar a perda. "Os dois têm bastantes amigos e todos estão mobilizados e dando força para ele e para a família dela. É uma situação complicada e parece que a ficha ainda não caiu", desabafa Bruno Parucker.

Investigação

Procurado pela reportagem para falar sobre o avanço do inquérito que apura a morte da jovem, o delegado David Queiroz informou que os investigadores seguem fazendo diligências, mas não quis dar detalhes e nem confirmar sobre a busca pelo suspeito de ter atropelado a jovem para não prejudicar as investigações.

Ontem, à reportagem, o delegado afirmou que já havia conseguido identificar um suspeito de ter atropelado a jovem, mas não citou nomes. O suspeito também não havia se apresentado. No momento, a investigação está centralizada na perícia técnica.

A princípio a polícia acredita que o suspeito do atropelamento deve responder pelo crime de homicídio culposo na direção de veículo automotor, agravado pelo fato dele ter fugido do local do acidente (artigo 302 do Código Nacional de Trânsito), além do crime de lesão corporal na direção de veículo automotor no caso das outras duas vítimas (artigo 303).