Levado para a Argentina pelo pai, garoto Carlinhos volta a Recife com mãe
A fisioterapeuta Cláudia Boudoux e o filho Carlos Attias Boudoux, o Carlinhos, desembarcaram em Recife na madrugada de hoje, após uma separação de cinco anos. O adolescente havia sido retido ilegalmente pelo pai na Argentina em 2016. Desde então, a mãe do garoto travou uma luta que envolveu esforço do governo de Pernambuco e da Polícia Federal para trazê-lo de volta ao convívio familiar materno.
Ao lado da mãe e da irmã mais velha, Carlinhos, agora com 13 anos, chegou ao Aeroporto Internacional do Recife/Guararapes - Gilberto Freyre às 2h20.
No mês passado, o menino apareceu em uma delegacia argentina quase dois anos depois de ser considerado desaparecido. Em 2020, o pai do garoto, Carlos Attias, foi preso por sequestro do filho e por obstruir a Justiça, que havia determinado o retorno de Carlinhos ao Brasil.
Devido à pandemia do novo coronavírus, Cláudia Boudoux precisou de uma autorização especial do Governo de Pernambuco para buscar o garoto no país vizinho. Ela embarcou para Buenos Aires no último dia 31, mas o reencontro só ocorreu na hora do embarque de volta ao Brasil, ontem.
A fisioterapeuta ainda não falou com a imprensa. Ao UOL, a irmã dela, a fonoaudióloga Patrícia Boudoux, que é tia e madrinha de Carlinhos, disse que o menino sofreu muita alienação parental.
"Agora, a gente tem que ter paciência com ele e dar muito amor. Vai ser tudo no tempo dele. Quando viu Caroline, que é a irmã mais próxima a ele, já ficou muito feliz. Eles foram melhores amigos desde sempre porque têm a idade muito próxima", contou.
A madrinha de Carlinhos acrescentou que é um momento de felicidade para toda a família materna. "As irmãs dele estão muito felizes. Meus pais, que já são muito velhinhos, também estão muito felizes. O importante é que agora ele está na casa dele e com a família dele", disse.
Já o Secretário de Justiça e Direitos Humanos do estado, Pedro Eurico, afirmou que o retorno de Carlinhos é uma vitória das instituições.
"O poder judiciário na Argentina, o poder judiciário do Brasil, as autoridades consulares... Todos funcionaram perfeitamente no sentido de impedir a perpetuação de um afastamento forçado, através de sequestro, de um filho da própria mãe", explicou.
Entenda o caso
A fisioterapeuta Cláudia Boudoux teve o filho Carlinhos retido pelo pai na Argentina em 2016. Ele e a irmã foram passar o Natal com pai, no fim de 2015, e deveriam ter sido entregues à mãe no início do ano seguinte. No entanto, apenas a filha mais velha retornou para a residência de Cláudia. A Polícia Federal, então, foi acionada e um trabalho de busca, iniciado.
Desde então, Cláudia Boudoux iniciou sua luta para ter o filho de volta. Em 2019, a Justiça argentina determinou que Carlos Attias deveria devolver o menino para a mãe, mas o adolescente não era encontrado, até decidir ir à delegacia por conta própria.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.