Juíza manda soltar homem que assumiu ter matado esposa em briga por futebol
Foi determinada hoje pelo Tribunal de Justiça de São Paulo a soltura de Leonardo Ceschini, que confessou ter matado a esposa, Érica Fernandes Ceschini, após uma discussão sobre futebol.
Ele foi preso em flagrante no dia 31 de janeiro, suspeito de matar Érica a facadas, e estava cumprindo prisão preventiva. A decisão da juíza Giovanna Christina Colares afirma que há "excesso de prazo na prisão cautelar do acusado".
Érica foi encontrada morta na madrugada do dia 31 de janeiro, ferida a golpes de faca na cozinha do seu apartamento, no bairro São Domingos, zona Norte de São Paulo.
O casal, que torcia para times rivais, teria iniciado uma discussão após voltarem de uma comemoração pelo título do Palmeiras no campeonato Libertadores da América.
Leonardo, que também estava ferido a faca, foi preso em flagrante e encaminhado ao Hospital do Mandaqui, onde passou por cirurgia. Ele chegou a afirmar à polícia, em uma primeira versão, que a esposa o esfaqueou e em seguida se suicidou. Depois, confessou tê-la matado.
Segundo os policiais que atenderam a ocorrência, a vítima apresentava "lesões nas pernas e costas, aparentemente por instrumento cortante, sendo que havia uma faca próxima a ela". O caso foi registrado em flagrante como homicídio qualificado pelo 33º DP (Pirituba).
Segundo o alvará de soltura expedido hoje, expirou o prazo de cinco dias para que o Ministério Público oferecesse a denúncia.
A decisão da juíza afirma ainda que "a prisão do indiciado representa nítido constrangimento ilegal, devendo ser imediatamente relaxada".
Furto do espólio
Durante o enterro de Érica, no dia 1 de fevereiro, o pai de Leonardo, Alexandre Ceschini, teria entrado no apartamento onde o casal vivia e levado embora o carro e vários pertences de Érica. Ele está sendo investigado por furto.
No Boletim de Ocorrência, consta que Alexandre Estevam Ceschini levou um veículo Jeep Renegade — de propriedade de Érica —, além de duas TVs, um micro-ondas, uma air fryer, uma panela elétrica e uma cafeteira de dentro do apartamento onde o casal vivia.
Marido mandou áudio com ameaças
Em um áudio de celular divulgado por um primo da vítima, Leonardo fazia ameaças à esposa.
"Essa filha da put* da tua prima agora está aqui domesticada aqui, tá boazinha, só em casa ela é uma filha da put*. Quero matar ela", disse Leonardo. O arquivo de áudio foi divulgado pelo programa Balanço Geral, da Record TV, hoje.
Érica tinha 34 anos e trabalhava como representante comercial no ramo de produtos médicos e hospitalares. Ela vivia com Leonardo, 34, há nove anos e tinha com ele dois filhos gêmeos, de 2 anos, que estão sob custódia temporária da avó materna.
A família da vítima tenta que o caso seja enquadrado como feminicídio.
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