Mães de meninos desaparecidos há 2 meses cobram polícia: 'Só angústia'
As mães dos três meninos com idades entre 8 e 11 anos desaparecidos em Belford Roxo (RJ) desde 27 de dezembro compareceram hoje à sede da DHBF (Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense) para buscar informações sobre o andamento das investigações. Dois meses após o sumiço das crianças, as investigações do caso não avançaram.
Em uma ação em conjunto com o auxílio de agentes da Core (Coordenadoria de Recursos Especiais) e de cães farejadores do Corpo de Bombeiros, a Polícia Civil coordenou hoje buscas em um bairro do município da Baixada Fluminense. Mas não encontrou pistas sobre o paradeiro dos garotos.
As mães foram à delegacia acompanhadas pela Defensoria Pública, OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) e Superintendência Estadual de Prevenção e Enfrentamento das Pessoas Desaparecidas, órgão ligado à Secretaria de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos.
Mãe de Fernando Henrique, de 11 anos, um dos garotos desaparecidos, a dona de casa Tatiana da Conceição Ribeiro, que vestia uma camiseta com o rosto das crianças, conversou com o UOL sobre o andamento do caso. "Ai, moço... Não estamos sabendo de nada. Só angústia", disse.
Tatiana ainda falou sobre o sofrimento da família em meio à falta de informações sobre o paradeiro das crianças. As mães de Lucas Matheus, 8, e Alexandre da Silva, 10, também foram ao local.
O irmão mais novo dele fica chorando em um cantinho e perguntando: 'Cadê o meu irmão, mãe?'. Eu só digo que ele vai voltar. Ele nem quer mais brincar no quintal. Fala que tem medo de sumir também
Tatiana da Conceição Ribeiro, mãe de Fernando Henrique
Informações encaminhadas pelo Disque Denúncia do Rio, entidade privada sem fins lucrativos, estão sendo checadas pela Polícia Civil. Só nesta semana, duas buscas foram conduzidas em áreas diferentes de Belford Roxo (RJ).
Os investigadores cogitam a participação do tráfico ou da milícia no crime. "Mas, por enquanto, o cenário é o mesmo. Não temos nada de concreto até o momento", disse o delegado Uriel Alcântara.
Entidades criticam demora em registro do caso
Os representantes das entidades que acompanharam as mães criticaram a demora da Polícia Civil para registrar o desaparecimento. Na noite de 27 de dezembro, as mães foram à delegacia para registrar o caso. Lá, acabaram sendo aconselhadas a voltar no dia seguinte.
É necessário que a população entenda que é preciso registrar imediatamente o desaparecimento, para que a polícia possa iniciar as buscas imediatamente
Advogada Vanusa Cândido do Carmo, da OAB de Belford Roxo
"As delegacias costumam dar essa orientação, para que os parentes aguardem 24 horas para registrar. Mas a população não tem que esperar, para que não se perca tempo. Os órgãos precisam ser acionados imediatamente, para que haja mais chance de localização das vítimas", disse a assistente social Paula Moreira, da Superintendência Estadual de Prevenção e Enfrentamento das Pessoas Desaparecidas.
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