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Banhistas e surfistas desrespeitam proibição de ir a praias no Rio

Gabriel Saboia 

Do UOL, no Rio

20/03/2021 11h29Atualizada em 20/03/2021 16h27

O Rio de Janeiro amanheceu com a circulação pelas praias da cidade restrita, como medida de combate ao coronavírus na capital. Apesar disso, cenas de desrespeito às normas já podiam ser notadas nas primeiras horas da manhã.

Na praia do Arpoador, na zona sul da cidade, pessoas andavam de bicicleta pela areia, enquanto banhistas nadavam sem ser incomodados. Alguns surfistas também podiam ser vistos na região, próximos às pedras, onde o trabalho de fiscalização dos agentes da Seop (Secretaria de Ordem Pública) é mais difícil.

No bairro vizinho de Copacabana, idosos invadiram a areia e caminharam. Algumas pessoas também podiam ser vistas se banhando no mar.

Guardas Municipais se esforçam para impedir que as pessoas circulem na orla. Um dos agentes comparou o serviço a "enxugar gelo".

"A gente pede, a gente multa, mas vem outro na sequência e faz igual. É triste ver gente idosa e instruída agindo assim", disse um guarda que preferiu não se identificar.

Apesar desses flagrantes de desrespeito, era incontestável a diminuição de pessoas nas areias. Em alguns pontos, as praias ficaram completamente desertas, apesar do dia de sol e céu aberto.

De acordo com decreto publicado pela prefeitura do Rio, o banho de mar e permanência nas areais estão proibidos até a próxima segunda-feira (22). A prática de esportes só é permitida no calçadão, mas não é recomendada pela prefeitura. Apesar disso, centenas de pessoas faziam exercícios na manhã de hoje — parte delas sem máscara.

O estacionamento na orla também está proibido em toda a cidade. A multa individual para quem desrespeitar as regras é de R$ 562,42.

Reboques da Prefeitura também removiam os veículos que desrespeitavam o decreto na manhã de hoje.

Praias vazias na zona sul da capital fluminense - Gabriel Saboia/UOL - Gabriel Saboia/UOL
Em alguns pontos, as praias do Rio ficaram completamente desertas, apesar do dia de sol e céu aberto
Imagem: Gabriel Saboia/UOL

"Palhaçada, preciso de vitamina D"

A reportagem tentou entrevistar uma mulher, que aparentava passar dos 60 anos, que se arriscava pelas areias de Copacabana.

Apesar da se negar a dar entrevista, ela disse ao UOL. "Isso [as restrições] é palhaçada. Eu preciso tomar vitamina D, preciso de sol. Vão me multar por cuidar da minha saúde? Fecha os shoppings que eu quero ver".

Um dos surfistas que praticavam o esporte no Arpoador também foi questionado. "No mar, eu estou fazendo isolamento social. Não tem ninguém em volta. Não frequento bar, não vou a boates, sou um cara mais do dia. Estou no meu direito", afirmou.

Praias vazias na zona sul da capital fluminense