Megaferiado na Baixada Santista terá praias bloqueadas e maior fiscalização

Bloqueios sanitários nas estradas, praias e calçadões fechados, fiscalização rigorosa. Quem está pensando em se deslocar à Baixada Santista, no litoral sul de São Paulo, durante o megaferiado decretado na capital, para aproveitar o sol e o calor, deve repensar sua decisão. O aviso é dos secretários de saúde das prefeituras do litoral paulista.

O lockdown decretado pelas nove cidades da Baixada Santista, entre 23 de março e 4 de abril, será um empecilho para os cidadãos que ignorarem o agravamento da pandemia em todo o país, em especial no litoral paulista. A Baixada Santista vive um aumento de casos de covid-19, com um recorde de mortes registrado ontem: 38 óbitos em 24 horas.

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Há mais de uma semana, o sistema de saúde dos municípios do litoral vem enfrentando o colapso. Esgotamento de leitos de UTI, escassez de medicamentos e equipamentos hospitalares, e falta de profissionais qualificados.

"Santos, hoje, vive o seu pior momento da pandemia e as expectativas não são boas", explicou o secretário de Saúde do município, Adriano Catapreta, ao UOL. "Há 15 dias, nós tínhamos 44% de taxa de ocupação nos leitos de UTI covid-19. Hoje, temos 94% (de ocupação em UTIs covid). Precisamos muito da conscientização da população. Todos devem ficar em suas casas, só sair se for extremamente importante", afirmou

O secretário ainda lembrou que a cidade enfrenta outras epidemias. "Outro detalhe também é que vivemos, aqui, um momento delicado em relação à chikungunya e à dengue. Nós já temos hoje 383 casos confirmados de chikungunya e 195 casos confirmados de dengue. Há muitos casos suspeitos", lembrou.

Várias medidas restritivas foram decretadas para conter o aumento de casos de covid-19 e internações pela doença. Uma delas é a realização diária de barreiras sanitárias para evitar o acesso de turistas à cidade, das 7h às 19h. A rede hoteleira não pode hospedar turistas e o aluguel de imóveis de veraneio está proibido.

Atendendo ao pedido do Conselho de Desenvolvimento da Baixada Santista (Condesb), o governo do estado suspendeu a Operação Descida no Sistema Anchieta-Imigrantes. Nas praias, continua a restrição de acesso de pessoas aos jardins, calçadão e faixa de areia. A fiscalização é feita pela GCM (Guarda Civil Municipal) com apoio da Polícia Militar. Em toda a cidade, é obrigatório o uso da máscara facial, que também é fiscalizado.

Protestos em praia bloqueada

A Prefeitura de São Vicente informa que o acesso às praias continua bloqueado. A restrição segue, em princípio, até 4 de abril, e inclui a proibição de caminhada, atividade física, prática de surfe e instalação de guarda-sol. A GCM mantém equipes para vistoriar a faixa de areia e direcionou esforços para a orla, onde algumas pessoas ainda insistem em desrespeitar as regras.

Na manhã de ontem, um grupo de surfistas realizou um protesto na praia do Itararé, em São Vicente. Dezenas de praticantes do esporte reivindicavam o direito de surfar em meio à pandemia. Um vídeo que circula nas redes mostra o grupo reunido na orla, numa fileira de homens e mulheres, lado a lado, pedindo o fim do lockdown e das restrições. Em seguida, num movimento coordenado, eles avançam em direção ao mar.

Apesar dos esforços dos desportistas, a prefeitura afirmou que as praias da cidade seguirão interditadas e a prática do surfe, proibida. "A Guarda Civil Municipal concentra os esforços na orla e seguirá coibindo as irregularidades", respondeu o município, por meio de nota.

Fiscalização será rigorosa

Bertioga seguirá com as fiscalizações nas praias, que permanecem fechadas, e uma força-tarefa para o combate de aglomerações, festas clandestinas e pancadões. A prefeitura também intensificará a inspeção de ônibus e vans de turismo, já que as autorizações para entrada desses veículos permanecem suspensas. Em Peruíbe, a vigilância também será rigorosa nas praias e no comércio, com atuação de uma força-tarefa composta por integrantes de vários órgãos.

A Prefeitura de Guarujá informa que a fiscalização será intensificada no feriado. Toda a orla - do Guaiúba a Pernambuco - foi isolada, não permitindo a permanência de pessoas no mar, na faixa arenosa e no calçadão. Antes liberadas, agora as atividades físicas e a prática de esportes, mesmo que individuais, estão suspensas. Também está proibida a colocação de cadeiras e guarda-sóis, bem como o comércio ambulante e quiosques.

Em Itanhaém, a GCM realizará monitoramento constante para a proibição da permanência na faixa de areia das praias da cidade. Em Mongaguá, o acesso à praia está restrito com apoio de telas e gradis. A fiscalização, na praia e no comércio, foi intensificada durante a semana e continuará sendo realizada durante todo o feriado. Além disso, o município realizará barreiras sanitárias na entrada da cidade.