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Corpo de PM morto durante surto psicótico é enterrado na Bahia

PMs participam do enterro do soldado Wesley Soares Góes, morto pelo Bope após sofrer um surto psicótico - Reprodução/Redes sociais
PMs participam do enterro do soldado Wesley Soares Góes, morto pelo Bope após sofrer um surto psicótico Imagem: Reprodução/Redes sociais

Colaboração para o UOL

29/03/2021 19h13

O corpo do policial militar Wesley Soares Góes, de 38 anos, que morreu após ser baleado por agentes do Batalhão de Operações Especiais da Bahia, durante um surto psicótico no Farol da Barra, em Salvador, foi enterrado hoje em Itabuna, no sul do estado.

Além de familiares e amigos, integrantes da corporação também participaram do sepultamento do militar no cemitério Campo Santo.

Enterro do PM Wesley Góes - Reprodução/Redes sociais - Reprodução/Redes sociais
Centenas de pessoas acompanharam o sepultamento do soldado da PM Wesley Soares Góes
Imagem: Reprodução/Redes sociais

Em uma rede social, o governador da Bahia, Rui Costa (PT), lamentou a morte do PM.

"Quero lamentar profundamente o fato ocorrido neste domingo e ao mesmo tempo manifestar meus sentimentos à família do policial envolvido", afirmou.

Disparos para o alto em ponto turístico

Ontem, Wesley caminhava fardado, portando um fuzil e com o rosto pintado de verde e amarelo pelo Farol da Barra, na capital baiana, quando começou a fazer disparos para o alto. Uma equipe do Bope foi chamada.

Após 3h30 de negociação, o soldado disse que "havia chegado o seu momento", fez uma contagem regressiva e disparou contra as guarnições. Houve revide. O agente, que trabalhava na 72ª Companhia Independente da Polícia Militar há quatro anos, chegou a ser encaminhado para o Hospital Geral do Estado.

Presidente da CCJ fala que PM foi "abatido" e gera repúdio

A morte do soldado teve repercussão entre políticos, sendo que a manifestação da deputada federal Bia Kicis (PSL-DF) no Twitter gerou repúdio de opositores.

A presidente da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) escreveu uma mensagem na qual dizia que Wesley Soares Góes "foi abatido" porque "disse não às ordens de Rui Costa (governador da Bahia)", sugerindo que o soldado havia se recusado a fiscalizar quem descumprisse as medidas de restrição impostas na cidade. A investigação ainda está em curso, mas até o momento não está claro a motivação de Wesley para o ato.

Mais tarde, Bia Kicis apagou o tuíte e justificou, dizendo que aguardará investigação para se pronunciar novamente. Porém, outros deputados como Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) repetiram o teor do discurso da deputada, atribuindo ao soldado uma frase com conotação política que teria sido dita por ele durante o incidente.

Deputados de oposição reagiram, dizendo que Kicis e outros bolsonaristas estão incentivando um motim de PMs na Bahia. Segundo Marcelo Freixo (PSOL-RJ), os bolsonaristas estão "manipulando uma tragédia para atacar a Constituição e a Democracia".