Professora e irmão morrem de covid com 1h de diferença, em cidades vizinhas
"Minha família foi devastada e destruída por esse vírus. O que estamos passando eu não desejo para ninguém". O desabafo é do gerente administrativo Eric Marques, de 41 anos. Em apenas um dia ele perdeu os dois irmãos vítimas da covid-19, a professora Telma Lissandra Barbosa, de 45 anos, e o marceneiro Elton Marques, de 33 anos. Os irmãos, que moravam em Jundiaí, cidade a cerca de 60 km de São Paulo, morrerem com pouco mais de uma hora de diferença, ontem, internados em hospitais de cidades diferentes.
O gerente detalha que a primeira a apresentar os sintomas da doença foi Telma no início do mês. Na sequencia o irmão também começou a ter sintomas do novo coronavírus. Os dois procuraram atendimento médico e começaram o tratamento em casa.
"Uma semana depois eles pioraram e tiveram que ser internados. Inicialmente ficaram na enfermaria, mas uns dois dias depois já precisaram ser intubados e levados para a UTI (Unidade de Terapia Intensiva). Os dois foram intubados no mesmo dia", lembra Eric.
Telma foi internada no Hospital São Vicente, em Jundiaí, já o irmão teve que ser levado para um hospital em Louveira, cidade a 15 km de Jundiaí. Segundo Eric o irmão foi internado na cidade vizinha por ser mais próximo da residência onde ele morava.
Na manhã de ontem, por volta das 7h20, Telma não resistiu às complicações da doença e morreu. Pouco mais de uma hora depois, por volta das 8h40, a família recebeu a notícia de que Elton também não havia resistido. A professora tinha pressão alta, já o marceneiro não tinha comorbidades.
"Eu recebi a ligação do hospital falando sobre a minha irmã e na sequência, quando fui ligar para a minha cunhada para contar o que havia acontecido ela havia acabado de receber a notícia da morte do meu irmão. Foi um momento de muita dor e muito delicado porque tive que dar a notícia para os meus pais", lembra Eric.
Além de Telma e Elton, os pais e o irmão mais novo também tiveram covid-19 no início deste mês. Os pais deles precisaram ficar internados no hospital da cidade e se recuperam em casa. Já Eric foi infectado em novembro do ano passado, ele também precisou ser hospitalizado na época.
Telma foi sepultada às 16h, no Cemitério do Montenegro, e Elton, às 18h, no Cemitério Memorial Parque da Paz. A professora deixou uma filha de 11 anos, já o marceneiro, um filho de 4 anos.
"As pessoas precisam se conscientizar sobre a importância do isolamento social, seguir as medidas de higiene e se proteger ao máximo para a gente conseguir frear esse vírus. Se tivesse uma conscientização maior e os governos investissem em vacina e em cuidar das pessoas, hoje minha família estaria viva", alertou Eric.
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