TV: Para perícia, Henry já estava morto quando casal o levou para hospital
A perícia realizada pela Polícia Civil do Rio de Janeiro concluiu que Henry Borel, 4, sofreu várias agressões e morreu no local. Padrasto e mãe da vítima, suspeitos de envolvimento na morte da criança, foram presos temporariamente na última quinta-feira (8).
"Ele [Henry] teve agressões de baixa energia, uma agressão mais leve, até aquelas do fígado, que são de alta energia", disse a perita Denise Gonçalves Rivera, em entrevista ao "Fantástico", da TV Globo.
Henry foi encontrado desacordado no apartamento onde vivia com a mãe, Monique Medeiros, e com padrasto, o vereador Dr. Jairinho, na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio. O casal disse à polícia que o garoto teria sofrido um acidente doméstico, mas o laudo do IML (Instituto Médico Legal) apontou que ele sofreu diversas lesões graves em diferentes partes do corpo.
Uma reprodução simulada feita por peritos da Polícia Civil foi realizada no apartamento do casal para reproduzir o que aconteceu na noite do crime. Monique e Jairinho não compareceram à simulação.
No local, os peritos testaram hipóteses, mediram a altura de imóveis e colheram material. A reprodução resultou em documento de 36 páginas assinado por oito peritos criminais.
"Na reprodução simulada foi possível constatar que não há a menor hipótese, a menor condição de ele ter caído —que seja da casa, da poltrona que estava ao lado, ou de uma estante que tem 1 metro e 20 [centímetros]. Em nenhuma dessas circunstâncias, ele teria as lesões que apresentou na necropsia", afirmou a perita.
Imagens de câmeras de segurança do condomínio também foram utilizadas pela perícia, que concluiu que o menino morreu ainda no apartamento.
"Eles conseguiram congelar essas imagens e viram que, pelo modo como Henry estava, pelo rosto, ele já estava sem vida naquele momento", ressaltou.
"A morte ocorreu dentro do apartamento, sem dúvida. Mas a morte não foi instantânea. Ela pode ter ocorrido desde 1h30 até as 3h30", acrescentou.
Henry foi levado pelo casal ao hospital às 4h09.
Os mandados de prisão temporária por 30 dias do casal foram expedidos pelo 2º Tribunal do Júri. A polícia investiga o crime de homicídio duplamente qualificado —por motivo torpe e sem chances de defesa à vítima.
Para a polícia, o menino morreu em decorrência de agressões. Segundo os investigadores, Dr. Jairinho já tinha histórico de violência contra Henry.
Segundo a investigação, o parlamentar se trancou no quarto para agredir a criança com chutes e pancadas na cabeça um mês antes do crime —a mãe soube das agressões, ainda de acordo com a polícia.
O casal também é suspeito de combinar versões e de ameaçar testemunhas para atrapalhar as investigações. A Polícia Civil ouviu ao menos 18 pessoas na investigação.
Investigadores conseguiram resgatar mensagens de texto e imagens que teriam sido apagadas dos celulares do casal. Em uma das conversas recuperadas, ocorrida no dia 12 de fevereiro, a criança relata à babá —identificada como Thayná— que sofreu uma "banda" (rasteira) e chutes de Dr. Jairinho. A babá então conta à mãe, Monique, que o menino disse que essa não teria sido a primeira vez que sofreu agressões do padrasto. (Veja os prints abaixo)
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