MPRJ cria coordenadoria-geral para acompanhar atividade policial
O Ministério Público do Rio de Janeiro criou a coordenadoria-geral de Segurança Pública, que começa a funcionar hoje. A seção foi idealizada para acompanhar as atividades policiais do estado e vai reunir todas as informações ligadas ao tema para orientar promotorias relacionadas a isso.
"Faremos essa atuação de forma estratégica a partir dos dados e do monitoramento que vamos realizar a partir dessa procuradoria. A coordenação vai dar todo o suporte para o exercício dessa atividade", contou o procurador-geral de Justiça, Luciano Mattos.
Um caso que pode se beneficiar disso é o assassinato da vereadora Marielle Franco, cometido em 2018, que segue sem solução. Segundo Mattos, foi feita uma análise para criar uma força-tarefa, já que o ocorrido tinha ramificações sendo investigadas separadamente.
"Montamos essa equipe com as duas promotoras que já participavam anteriormente. Isso evitaria perda ou atrasos na investigação. Então, são as mesmas promotoras que agora estão cuidando desse casos e dos outros casos que estão relacionados. É uma força-tarefa criada para que possamos concluir essa investigação o mais rápido possível", disse.
O procurador-geral afirmou ainda ter uma equipe especializada encarregada de crimes que podem envolver agentes de segurança. "Ao invés desses casos ficarem concentrados em apenas um órgão, cada um deles será cuidado por um promotor", falou.
Outro caso que cai para a nova coordenadoria-geral é o desaparecimento de três garotos em Belford Roxo, que era investigação do extinto Gaesp (Grupo de Atuação Especial de Segurança Pública). Para confirmar onde foram vistos pela última vez, fitas de segurança foram recuperadas, mas o trabalho de checagem acabou a cargo do Ministério Público em vez da Polícia Civil.
"O levantamento dessas imagens foi feito a partir de um corpo pericial que continua atuando plenamente na estrutura do Ministério Público junto à Coordenação de Segurança e Inteligência. Só que, a partir de agora, ao invés de enviar materiais como este ao Gaesp, enviará aos promotores que estarão na linha de frente", disse o promotor do caso.
Mais um órgão que foi extinto e deu espaço para a coordenadoria-geral é o Gaocrim (Grupo de Atribuição Originária Criminal), que cuidava das supostas rachadinhas do senador Flávio Bolsonaro e Fabrício Queiroz. "O caso está na Justiça. O Ministério Público continua acompanhando e está em fase de recursos no STJ (Superior Tribunal de Justiça) e no STF (Supremo Tribunal Federal)", explicou Mattos.
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