Idosa ferida em ato contra STF no Paraná caiu sozinha, diz advogado; veja
Um vídeo compartilhado nas redes sociais mostra que a idosa de 73 anos, supostamente atingida por uma fruta congelada durante um ato contra o STF (Supremo Tribunal Federal), em Curitiba, pode ter tropeçado e ferido a cabeça. É o que sustenta a defesa da psicóloga Daniela Ribeiro, de 53 anos, presa e investigada suspeita de arremessar a fruta na vítima.
No vídeo, gravado do prédio onde a psicóloga mora, é possível ver a mulher caindo sozinha, mas a qualidade das imagens impede de concluir se foi atingida antes por algum objeto na cabeça. Para a defesa da suspeita, isso é prova de que a idosa não sofreu agressão. A investigação está sob sigilo na Polícia Civil do Paraná.
Em razão do sigilo, a defesa da suspeita preferiu não confirmar se a psicóloga arremessou algum objeto do 13º andar de um prédio na avenida Visconde de Guarapuava, no bairro Batel, mas afirma que outros moradores jogavam.
"Esse vídeo mostra que ela caiu sozinha, não sendo atingida por qualquer objeto. O que me parece é que fizeram disso uma oportunidade para colocar barulho em cima. O azar foi ter chegado até a minha cliente. (...) Nossa primeira impressão é de que essa senhora caiu sozinha. A defesa entende que ela não teve participação nesse ferimento", comentou o advogado Jonas Freitas, que defenda a psicóloga.
Freitas suspeita de que Daniela teria sido apontada pelos manifestantes como autora do suposto ferimento na idosa "por ser conhecida no prédio por posicionamento discordante dos motivos da passeata", que era contrária a decisão do STF que dava autonomia a estados e municípios para vetarem cultos religiosos durante a pandemia do novo coronavírus.
O UOL busca contato com a idosa, identificada como Eva Teresinha. Ao site Plural, de Curitiba, ela não teria informado se foi ferida por algum objeto arremessado do prédio: "Realmente não sei dizer o que aconteceu. Quando vi, estava caída no asfalto com muitas pessoas me socorrendo".
A reportagem entrou em contato com André Gasparin, um dos coordenadores do ato, e que procurou a Polícia Civil contra a psicóloga no dia do fato. Ele contou que ainda não tinha visto o vídeo que mostra a idosa caindo. Ao verificar as imagens, o manifestante retornou dizendo que "atingindo ou não" a idosa, a psicóloga assumiu o risco.
"Se eu lanço objetos do 13º andar com intenção de acertar pessoas, já estou sendo culpado por isso. Se pegou ou não, isso quem vai decidir é a Justiça, pois essa mulher assumiu toda responsabilidade ao atacar e tentar ferir as pessoas", afirmou.
Psicóloga é colocada em liberdade
Daniela está em liberdade desde o início da noite de ontem. A intenção da defesa agora é derrubar a investigação contra a psicóloga por tentativa de homicídio.
"Não concordamos nenhum pouco com esse suposto crime. Não tenho papel de fazer tipificação jurídica, mas digo que não foi tentativa de homicídio porque não se tem autoria confirmada. Se chegou a minha cliente por ser conhecida no prédio por posicionamento discordante da passeata, além de não ter ocorrido a vontade de matar. Não faz nenhum sentido isso", analisou Freitas.
A investigada está em casa e atualmente, segundo a defesa sofre com ofensas nas redes sociais.
"O emocional dela está bastante abalado. Ninguém imaginaria passar uma noite na cadeia nessas circunstâncias", relata o advogado.
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