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Beto Freitas: entidades criam site para homenagear homem morto no Carrefour

A morte João Alberto Silveira Freitas por dois seguranças foi registrada pelas câmeras de segurança do Carrefour. - Reprodução
A morte João Alberto Silveira Freitas por dois seguranças foi registrada pelas câmeras de segurança do Carrefour. Imagem: Reprodução

Colaboração para o UOL

20/04/2021 20h19

Em homenagem a João Alberto Freitas, 40 anos, assassinado há 5 meses nas dependências do supermercado Carrefour, na zona norte de Porto Alegre, diversas entidades se uniram para lançar um site e reiterar o seu compromisso em manter viva a memória de Beto Freitas e fortalecer a luta antirracista.

A página na internet também reúne informações sobre o movimento "Minha Fé é Antirracista - em Defesa de Todas as Vidas Negras", composto por entidades do movimento negro, religiosas e de direitos humanos, que no ano passado se juntaram para organizar um ato inter-religioso e ecumênico para lembrar o primeiro mês do brutal assassinato de Beto Freitas.

Segundo a descrição do próprio site, a iniciativa das entidades busca reunir "fieis e cidadãos" a manifestarem sua posição contra o racismo, "que divide profundamente a sociedade brasileira".

Os organizadores da página também pedem a responsabilização do Carrefour, do Grupo Vector e do Estado brasileiro pela morte de Beto Freitas e cobram justiça e reparação a sua família.

Relembre o caso

João Alberto Silveira Freitas, um homem negro de 40 anos, morreu na noite de 19 de novembro do ano passado, após ser agredido por dois seguranças - um deles PM temporário, fora de serviço - dentro do supermercado Carrefour, na zona norte de Porto Alegre, às vésperas do feriado da Consciência Negra.

A vítima teria discutido com a caixa do estabelecimento e foi conduzida pelos segurança da loja até o estacionamento, no andar inferior. Imagens das câmeras de segurança do local mostram a circulação de Beto na área dos caixas e as agressões no estacionamento.

De acordo com a polícia, João Alberto teria iniciado a briga após dar um soco no policial militar Giovani Gaspar da Silva, de 24 anos. Na sequência, ele foi imobilizado e espancado com chutes, pontapés e socos de Silva e do segurança da loja, Magno Braz Borges, de 30 anos.

A ação foi filmada por testemunhas e desencadeou uma onda de protestos em Porto Alegre e em outras regiões do país, ganhando repercussão internacional. Na época, jornais da Europa e dos EUA comparam o caso ao do americano George Floyd, que morreu nas mãos de dois policiais brancos em Minneapolis, no Estado de Minnesota.