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Menina de 6 anos torturada pode 'permanecer em estado vegetativo'

Menina segue em estado grave - Reprodução/Google Street View
Menina segue em estado grave Imagem: Reprodução/Google Street View

Marcela Lemos

Colaboração para o UOL, no Rio de Janeiro

22/04/2021 09h14

A Justiça decretou ontem a prisão preventiva da mãe e da companheira dela que agrediram violentamente uma criança de seis anos, na cidade de Porto Real, no sul do estado do Rio de Janeiro. A mãe, Gilmara Oliveira de Farias, de 25 anos, e a companheira Brena Luane Barbosa Nunes, de 28, tiveram a prisão preventiva decretada ontem durante audiência de custódia.

Na decisão, o juiz Marco Aurélio da Silva diz que a menina foi submetida a "sessão de tortura" - segundo a polícia, elas confessaram o castigo.

A criança vinha sendo privada de alimentação há meses e por conta das agressões sofridas, encontra-se internada em estado grave, apresentando hemorragia intracraniana inoperável e sério risco de vir a óbito ou permanecer em estado vegetativo"

O juiz destacou ainda que Brena possui antecedentes criminais por lesão corporal.

Casos como este apresentado merecem uma resposta rigorosa do Poder Judiciário, a fim de coibir a violência praticada contra crianças de tenra idade"

De acordo com a Polícia Civil, a mãe da menina e a companheira dela cometeram crime de tortura. A criança foi agredida entre sexta (16) e segunda-feira (19) com um cabo de TV dobrado, socos e chutes. O casal confessou o crime à polícia.

A mãe de Brena, que morava na residência, foi quem chamou o socorro, após perceber que a vítima estava agonizando. Ela contou ao jornal O Globo que foi ameaçada para que não falasse sobre o espancamento e que teve que superar o medo da própria filha para acionar o SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência).

"Pensei que ela tivesse morrido, fiquei assustada. Ela estava com o olho meio aberto, parada, não respondia nada. Aí, insisti para chamar o socorro, mas minha filha disse que me mataria se eu falasse a verdade sobre o que aconteceu. Eu só espero que ela fique presa e pague pelo que fez".

A vítima deu entrada em estado grave no Hospital Municipal São Francisco de Assis, em Porto Real e depois foi encaminhada para uma unidade particular em Resende, na cidade vizinha.

De acordo com informações da prefeitura de Porto Real, a menina sofreu lesão neurológica grave na cabeça e está em coma na UTI infantil. O estado de saúde dela continua grave, porém estável.