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Líder Sonia Guajajara é intimada pela PF por críticas ao governo Bolsonaro

Sonia Guajajara disse que o governo brasileiro declarou guerra aos seus povos originários - Carine Wallauer/UOL
Sonia Guajajara disse que o governo brasileiro declarou guerra aos seus povos originários Imagem: Carine Wallauer/UOL

Colaboração para o UOL

30/04/2021 16h35Atualizada em 30/04/2021 20h36

A líder indígena Sonia Guajajara afirmou hoje que foi intimada pela Polícia Federal a prestar depoimento como representante da APIB (Articulação dos Povos Indígenas do Brasil). Segundo ela, o pedido foi feito pela Funai (Fundação Nacional do Índio) por causa da websérie Maracá, que denuncia a situação dos povos indígenas na pandemia.

"O presidente da Funai alega que a APIB difamou o governo e divulgou dados falsos sobre o novo coronavírus. Primeiro, não é difícil que os dados de qualquer organização sejam bem diferentes dos dados do governo. O negacionismo de um líder político reflete nos dados de seu governo. Segundo, basta uma pesquisa simples no Google para saber que não sou só eu que representa a APIB. Somos uma coordenação colegiada", disse a líder, na tarde desta sexta-feira, durante a live de encerramento da ATL (Acampamento Terra Livre)- mobilização indígena on-line.

"Não é mais segredo para ninguém que o governo brasileiro declarou guerra aos seus povos originários. O governante é incapaz de compreender sequer que nossa cultura é algo vivo e dinâmico. Nunca imaginamos ter que reafirmar o que é óbvio", afirmou Sonia.

A APIB disse em nota que o ''Governo Federal tenta criminalizar o movimento indígena''.

"Os discursos carregados de racismo e ódio do Governo Federal estimulam violações contra nossas comunidades e paralisa as ações do Estado que deveriam promover assistência, proteção e garantias de direitos. E agora, o Governo busca intimidar os povos indígenas em uma nítida tentativa de cercear nossa liberdade de expressão, que é a ferramenta mais importante para denunciar as violações de direitos humanos", escreveu a entidade.

O UOL procurou a Polícia Federal que respondeu que não se manifesta sobre investigações em andamento devido ao sigilo decretado pela justiça.