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Mãe e advogada grávida morrem de covid em 14 dias; bebê prematuro sobrevive

Daniel César

14/05/2021 13h25

Uma jornalista e sua filha, que estava grávida, morreram por complicações da covid-19 com uma diferença de apenas duas semanas em Campo Grande (MS). O bebê conseguiu ser salvo, apesar de nascer prematuramente.

Ontem, a jornalista e assessora do deputado federal Aroldo Martins (Republicanos), Márcia Caetano, de 60 anos, não resistiu às complicações da doença e morreu depois de ficar três semanas internada numa UTI da capital do Mato Grosso do Sul.

Antes, em 29 de abril, a filha dela, a advogada e coach Isabel Moura, de 37 anos, e que estava grávida, já havia morrido, também após contrair o coronavírus.

Isabel começou a apresentar os primeiros sintomas da covid-19 no começo de abril, já grávida de 33 semanas. A mãe havia trocado Cuiabá (MT) por Brasília recentemente porque estava trabalhando na assessoria do deputado federal Aroldo Martins e decidiu ir até Campo Grande para ajudar a cuidar dos outros dois netos e também acabou se contaminando.

De acordo com familiares, mãe e filha tiveram um agravamento do quadro de saúde e precisaram ser internadas. Com 60 anos, Márcia ainda não havia recebido a primeira dose da vacina quando se contaminou porque a campanha não havia chegado à faixa etária dela, assim como a filha, grávida. Ambas precisaram ser intubadas devido ao agravamento de seus quadros.

Segundo uma amiga da coach, que preferiu não se identificar, o quadro de Isabel se agravou muito e a equipe médica optou por fazer o parto. "A família ficou devastada com a morte dela, mesmo com o bebê sobrevivendo".

A criança nasceu prematura e conseguiu sobreviver, mas a mãe sequer chegou a conhecer o filho e morreu no dia 29 de abril.

Ela deixa, além do recém-nascido, dois filhos: uma menina de 7 anos e um menino de 4, além do marido, o médico Rodrigo Cavalcanti.

Neste período, Márcia já estava intubada e não soube do nascimento do terceiro neto e nem da morte da filha. Ela permaneceu na UTI por duas semanas, apresentando quadro de AVC, além de paralisia dos rins, mas conseguiu manter-se lutando.

Nesta semana, no entanto, a jornalista apresentou nova infecção e não resistiu. Sobre o tipo de tratamento oferecido a mãe e filha, a família preferiu não comentar se elas usaram o kit-covid.

Márcia era bastante ativa nas redes sociais e chegou a compartilhar vídeos com críticas ao uso de máscaras e questionando a covid-19. Ela acompanhava o deputado Aroldo Martins em eventos oficiais, inclusive em reuniões com o presidente Jair Bolsonaro. O parlamentar soltou nota lamentando a morte. "Nós amávamos muito a Márcia, bem como todos que a conheciam e quem trabalhava com ela. Nosso conforto é a certeza que ela foi recebida nos braços do nosso Deus", escreveu.