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PR: Suspeito de matar homossexuais em série é preso em Curitiba

Suposto serial killer levava objetos das casas das vítimas, diz Polícia Civil - Divulgação/Polícia Civil-PR
Suposto serial killer levava objetos das casas das vítimas, diz Polícia Civil Imagem: Divulgação/Polícia Civil-PR

Do UOL, em São Paulo*

29/05/2021 09h37Atualizada em 29/05/2021 13h39

Um homem de 32 anos, que confessou matar três homens homossexuais no Paraná, foi preso hoje pela manhã em Capão Raso, em Curitiba, informou a Polícia Civil ao UOL. Dois crimes aconteceram em Curitiba e um em Abelardo Luz, em Santa Catarina.

De acordo com a Polícia, ele foi levado até a Divisão de Homicídios e interrogado. Ele confessou a autoria dos crimes dando detalhes de como ocorreram as mortes. O homem ainda afirmou que a intenção dele era roubar as vítimas, "embora o interrogatório revele que poderia sim existir um componente de ódio", diz a polícia.

Além dos homicídios, o homem também teria tentado matar outra vítima com o mesmo perfil no dia 11, em Curitiba. Segundo a polícia, em todos os casos, o homem escolhia os alvos em aplicativos de namoro, ganhava confiança através de trocas de fotos e praticava o crime na casa das vítimas para roubá-las em seguida.

A polícia estava em busca do autor desde o início do mês. Em entrevista ao UOL, o delegado Thiago Nóbrega, da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) do Paraná, havia antecipado que o paradeiro do homem estava próximo de ser descoberto devido às "diversas denúncias".

De acordo com o delegado, três vítimas viram as imagens do homem divulgadas pela polícia e "criaram coragem" para denunciá-lo por agressões. Nóbrega diz que a polícia acredita que "com o tempo, novas vítimas surgirão" e declarou que ele já é classificado como um "serial killer".

"Conversamos com alguns conhecidos, familiares, ex-companheiras deste procurado e a gente conseguiu, de modo superficial, achar que ele deve possuir um distúrbio psiquiátrico, ele se enquadra como um psicopata. Ele também pode ser classificado como um serial killer", afirmou.

"Perante a sociedade, [ele é] um indivíduo carismático, educado e gentil, porém se transformava em violento quando ingressava no apartamento das vítimas."

Durante as investigações a PCPR ainda contou com o apoio da Polícia Civil de Santa Catarina (PCSC). Segundo o delegado Thiago Nóbrega, "agora as diligências continuam no intuito de identificar a existência de possíveis outras vítimas."

Os crimes

A investigação chegou ao homem após verificar semelhança entre as mortes do enfermeiro David Levisio, de 30 anos, e do acadêmico de medicina Marcos Vinício Bozzana da Fonseca, de 25 anos, em Curitiba. Os corpos foram encontrados em 30 de abril e 5 de maio, respectivamente.

A Polícia Civil do Paraná recebeu a informação de que um crime com a mesma característica ocorreu um mês antes, em 17 de março, em Abelardo Luz, contra um professor universitário de 36 anos, da UFFS (Universidade Federal da Fronteira Sul).

O autor do crime teria atacado novamente em 11 de maio contra outro homem, no bairro Bigorrilho, em Curitiba. Ele não teria conseguido efetuar o assassinato porque a vítima conseguiu fugir e denunciá-lo.

Segundo a polícia, o o homem se apresentava às vítimas através de um aplicativo de namoro. Ele usava informações e fotos falsas. A conquista da confiança ocorrida após trocar fotos íntimas com os alvos dos crimes.

O homem tem mandado de prisão temporária expedido pela Justiça do Paraná em razão dos latrocínios e tentativa de homicídio. Ele tem passagens pela polícia por roubo, em 2015 e 2019, e está proibido de se aproximar de duas ex-esposas devido a medidas protetivas.

*Com informações de Abinoan Santiago, em colaboração para o UOL, em Florianópolis