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Quadrilha de Ecko lucrava R$ 140 mil por semana com extorsões, diz polícia

Ecko chefe da maior milicia do Rio durante prisão  -  Reprodução
Ecko chefe da maior milicia do Rio durante prisão Imagem: Reprodução

Tatiana Campbell

Colaboração para o UOL, no Rio de Janeiro

15/06/2021 17h28

A Polícia Civil do Rio de Janeiro estima que a milícia que era chefiada por Wellington da Silva Braga, o Ecko, morto no último sábado (12) lucre semanalmente R$ 140 mil apenas com dinheiro proveniente das extorsões de moradores de áreas dominadas pelo grupo.

Entre os serviços está o gás, internet e TV, transporte clandestino, taxa de segurança de moradores e comerciantes e controle de postos de combustível.

"Em relação às quantias que ele [Ecko] arrecadava com as extorsões, com os serviços típicos da organização criminosa, a gente estima R$ 140 mil semanais", explicou Willian Pena, delegado titular da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas e Inquéritos Especiais (Draco).

A gente acredita que esse dinheiro seria apenas para o Ecko e sua família, a gente sabe que essa quadrilha gira uma quantia muito maior do que estava naquele caderno [de contabilidade do Ecko]."
Willian Pena, delegado titular da Draco

Para chegar até o miliciano que era considerado o mais procurado do Rio e um dos mais procurados do Brasil, de acordo com a Polícia Civil, por seis meses os agentes monitoraram cada passo de Ecko. Para ajudar a entender como era a movimentação da casa onde o criminoso foi preso, a polícia montou uma planta da residência e mapeou possíveis rotas de fuga para caso de Wellington da Silva Braga tentar fugir — o que de fato aconteceu.

A gente só iria fazer a operação se a gente tivesse 100% de que o alvo estaria no local. O cerco foi meticulosamente planejado. Colocamos uma equipe entrando na parte de trás da casa, outras entrando pela frente. Ele tentou fugir justamente pelos fundos da casa. No quintal, uma escada estava instalada estrategicamente perto de um muro."
Felipe Curi, diretor do Departamento de Polícia Especializada (DGPE)

O objetivo da planta, feita à mão pelos policiais e montada dias antes da operação, era saber como cada cômodo estava distribuído para que, no momento em que os agentes entrassem na residência, tivessem conhecimento de cada espaço do local.

Agora a Polícia segue nas investigações contra os milicianos que seguem atuando, principalmente, na Baixada Fluminense e Zona Oeste. Os agentes já identificaram a existência de policiais envolvidos no grupo e alguns foram identificados.

O novo "mais procurado"

Hoje, o Portal dos Procurados divulgou um cartaz aumentando para R$ 5 mil — anteriormente era R$ 1 mil — a recompensa por informações que levem ao miliciano Danilo Dias Lima, conhecido como Tandera. De acordo com a polícia, após a morte de Ecko, ele se tornou o mais procurado do Rio.

O miliciano, que ganhou o apelido por ter uma tatuagem com o olho de Tandera, do desenho Thundercats, é conhecido por ser extremamente violento e "lavar" o dinheiro da milícia adquirindo bens de luxo, como mansões, fazendas, cavalos de raça, carros, entre outros.

"A polícia trabalha com três cenários: o primeiro é Tandera tentar retomar o território, já que a área foi rachada no ano passado. O segundo cenário é a maior facção criminosa tentar invadir, já que a região era originalmente deles, e a última hipótese é a própria milícia se organizar e tentar fazer uma escolha de um sucessor para Ecko", pontuou Willian Pena.