Ligação de 2 dos desaparecidos com os outros 4 "é um enigma", diz a polícia
A Polícia Civil e o Ministério Público de Mato Grosso não sabem como Paulo Gustavo de Lima Lopes, 25, e Arcelino Martins de Oliveira, 36, dois dos seis homens desaparecidos desde 18 de abril de 2020, se encaixam no episódio ocorrido na fazenda Promissão, em União do Sul (MT).
Paulo Gustavo tinha apenas histórico de uso de drogas, sem nenhuma relação com assaltos. Arcelino havia ficado preso por oito meses sob acusação de roubo, mas sem relação conhecida com os outros quatro desaparecidos ou com crimes em propriedades rurais da região.
Um dos quatro sobreviventes da chacina, o auxiliar de operador de máquinas Francisco Diego Costa Lima, 32, o Capivara, disse que os outros quatro desaparecidos — Naldinho, Nem, Seco e Nick — sabiam do plano de assalto e participaram de alguma forma, cada um com uma tarefa. Porém, não conhecia nem nunca tinha ouvido falar em Paulo Gustavo e Arcelino até ser interrogado pela polícia. Também não os viu no local da chacina. Nenhuma outra testemunha soube dizer o que eles estavam fazendo na região.
À polícia Capivara disse duas vezes que não conhecia Arcelino e Paulo Gustavo — embora tenha falado sobre todos os outros quatro desaparecidos. Ele estranhou ter visto um Gol preto estacionado antes da entrada da fazenda naquela noite — os familiares dos dois desaparecidos desconhecem qualquer relação deles com esse veículo.
Também não há nenhuma ligação comprovada entre o Gol e os dois.
Arcelino morava com a mulher e sua filha em Sorriso (MT), a cerca de 250 km de União do Sul. Embora sem um endereço fixo nos últimos meses, Paulo Gustavo tinha familiares em Sinop, a cerca de 130 km da Fazenda Promissão.
Esse ponto é o maior enigma. Não sei se estavam dando apoio ao grupo de criminosos ou se aconteceu uma triste coincidência e eles passaram no local no exato momento em que estava acontecendo o roubo. Os [policiais] militares ficaram um bom tempo à espreita, esperando o grupo chegar. Eles podem ter passado por lá para alguma outra coisa. Não consegui achar nenhuma vinculação deles com os outros investigados"
Frederico Murta, delegado
Em petição à Justiça de Cláudia, o Ministério Público apontou, sobre Paulo Gustavo e Arcelino, que "não há até o momento nenhum elo entre eles e os demais integrantes do bando".
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