Dor virou revolta, diz manifestante que perdeu a mãe de covid há 1 mês
Moradora da ocupação Chico Mendes I, na zona sul de São Paulo, Simone Souza, de 43 anos, fez questão de ir à manifestação em São Paulo contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) no exato dia em que se completa um mês da morte da mãe dela por covid-19.
"É o momento de a esquerda se unir para continuarmos nos fortalecendo mais e mais nas ruas", disse a mulher, integrante do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto). "Chega, não dá mais para ficar em casa sentado, parado, com esse governo. Já estamos com 500 mil vidas perdidas. E hoje tem uma importância particular", contou Simone.
A mulher disse que a mãe, de 67 anos, "só teve a oportunidade de tomar a primeira dose da vacina". "Transformei meu luto, minha dor, em revolta. E vou expor essa revolta na rua, militando contra esse genocida que está no poder", acrescentou.
Bia Nowick, militante do MTST há cinco anos, acredita que o ato foi "potente". "Dava para perceber pela energia das pessoas que a insatisfação se transforma em gritos de ordem, em bandeira balançando", contou ao UOL, ao final do ato.
"O próximo passo é continuar enfrentando o Bolsonaro nas ruas. É uma guerra, temos que lutar em todos os campos, em todas as trincheiras", disse Bia.
"Foi lindo de bonito", completou Edivane Alarcon, 56, também do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto. Ela vive na ocupação Marielle Franco, no Grajaú, zona sul de São Paulo.
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