Laudo aponta sinais de asfixia por intoxicação em casal achado morto em box
O exame de necropsia feito no casal encontrado morto na noite de ontem, no banheiro de um apartamento no Leblon, na zona sul do Rio de Janeiro, apontou "sinais gerais de asfixia, como coloração carminada dos tecidos, sugestivo de intoxicação exógena", o que reforça a tese de que Mateus Correia Viana e Nathalia Guzzardi, ambos de 30 anos, morreram em decorrência de vazamento de gás no cômodo.
A delegada Natacha Alves de Oliveira, titular da Delegacia do Leblon, responsável pelas investigações, disse ao UOL que a principal suspeita é que os jovens tenham sido vítimas de um acidente doméstico, já que o aquecedor de água ficava dentro do banheiro onde eles estavam.
"O apartamento não tem sinais de arrombamento, o basculante do banheiro estava fechado e o chuveiro estava ligado", o que reforça a linha de investigação de vazamento de gás".
Segundo a delegada, exames complementares foram solicitados para confirmar se a morte ocorreu em decorrência de asfixia por monóxido de carbono.
O especialista em gerenciamento de risco, Gerardo Portela, destacou ao UOL alguns problemas nos aquecedores que podem causar o vazamento de gás.
"Pode haver alguma falha na parte superior do equipamento, o duto estar mal fixado, mal encaixado, o que permite o escapamento de gás. Pode ter também um problema no queimador que resulta numa chama com queima incompleta e de qualidade ruim que acaba produzindo monóxido de carbono responsável pela intoxicação".
Portela lembra que o monóxido de carbono impede a oxigenação do sangue, o que leva a desmaios e até a morte dependendo do tempo de exposição da pessoa ao gás.
O Caso
Mateus e Nathalia foram encontrados ontem por amigos do empresário que foram até a casa dele, na Rua Bartolomeu Mitre, após o casal não responder a mensagens de pessoas próximas.
O Corpo de Bombeiros chegou a ser acionado às 22h29. A informação repassada é que dois jovens estavam desacordados. No entanto, o chamado foi cancelado minutos depois com a informação de que o casal estava morto.
Posteriormente, a Polícia Militar foi chamada e, segundo a corporação, "o óbito foi constatado por uma equipe do SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência)".
Nathalia, que era psicóloga, estava desaparecida desde segunda-feira (21).
Parentes e amigos ficaram preocupados após ela não aparecer para trabalhar na terça-feira (22). Ela fazia atendimentos em uma clínica em Jacarepaguá, na zona oeste, e não chegou a desmarcar os pacientes agendados.
Os familiares chegaram a divulgar informações sobre o sumiço da psicóloga nas redes sociais. De acordo com as postagens, o último contato dela foi feito às 16h de segunda-feira e depois ninguém mais teve notícias.
Ela deixou um filho de 8 anos.
Uma amiga, que pediu para não ser identificada, descreveu a psicóloga como uma pessoa tranquila e sempre disposta a ajudar.
"Ela era muito prestativa e solidária, abraçava todas as causas do bem. Eu ainda não estou acreditando. Ela era como um anjo. Era uma pessoa muito calma, transmitia paz a todos".
A amiga disse ainda que Nathalia era uma excelente mãe. "Sempre estava junto".
Os corpos foram removidos nesta madrugada para o IML (Instituto Médico Legal). As famílias estiveram no local para liberação, mas não quiseram falar com a imprensa.
De acordo com a Polícia Civil, uma perícia foi realizada no imóvel.
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