Estiagem e queimadas: o que tempo seco e desmatamento provocam em São Paulo
A falta de chuva e o tempo seco provocaram eventos climáticos nos últimos dias em todo o estado de São Paulo. Na capital, moradores do centro e bairros da zona norte e sul tiveram suas casas cobertas de fuligem resultantes de um grande incêndio que ocorreu no domingo (22), no Parque Estadual Juquery, em Franco da Rocha, região metropolitana de São Paulo. De acordo com a prefeitura, o fogo foi iniciado pela queda de balão. Onze pessoas foram detidas no domingo por policiais, após suspeitas de que estavam soltando balões na área.
As partículas cinzas do incêndio foram transportadas até a capital pelo vento, segundo o CGE (Centro de Gerenciamento de Emergências Climáticas). A baixa umidade é um dos agravantes para os efeitos da poluição no ar e traz preocupações para a saúde. De acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde), o ideal é que o índice de umidade do ar fique acima dos 40%. Hoje, o índice não passa dos 36% na capital.
O tempo seco agrava problemas respiratórios por conta do ressecamento das mucosas, o que pode piorar casos de sinusite, rinite, faringite, além de alergias.
De acordo com a CGE, a última chuva significativa registrada na capital ocorreu há quase um mês, em 28 de julho.
A seca agravada que o Centro-Sul atravessa nos últimos anos, associada à estiagem e às queimadas, têm como uma das causas principais o desmatamento, que torna os eventos climáticos mais intensos.
"O desmatamento provoca uma mudança na evaporação e retenção das águas no ar e no solo. Esses fatores diminuem a frequência dos ciclos da chuva e desorganizam a periodicidade", explica o biólogo Dannyel Sá.
A prefeitura de Franco da Rocha informou na manhã de hoje que o incêndio que devastou 80% do parque foi controlado após 40 horas de trabalho de bombeiros e brigadistas.
O Parque do Juquery possui quase 2 mil hectares e é a última parte do bioma cerrado na região metropolitana de São Paulo. Além do cerrado, também apresenta fragmentos de mata atlântica.
Seca no interior: a pior estiagem dos últimos 100 anos
A falta das chuvas também chega em cidades do interior, que foram foco de estiagem. Em Salto, município localizado a 80 quilômetros da cidade de São Paulo, não chove há mais de 100 dias.
Nesta segunda-feira, moradores relataram falta de água para lavar a louça ou cozinhar. Aproximadamente 80% da cidade é abastecida pelo Ribeirão Piraí, que apresenta seca.
O Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE) se referiu à crise hídrica como a pior estiagem dos últimos 100 anos e decretou que a cidade de 120 mil habitantes está sem água pelos próximos dias.
Em nota oficial, alegou que precisará fechar o abastecimento de bairros atendidos pelo reservatório da rede do SAAE e pela ETA (Estação de Tratamento de Água), como uma medida emergencial necessária para evitar o esgotamento dos reservatórios e a piora imediata do atendimento.
Em nota, o SAAE também incentiva que os moradores economizem água, evitando lavar calçadas, carros e veículos.
O Rio Tietê, um dos principais do estado, também é afetado pela estiagem do município de Salto. O Rio apresentou queda na vazão de água na tarde de segunda-feira (23).
O baixo nível das águas acarreta outros problemas como o aumento da concentração de espumas causadas por produtos químicos despejados na água.
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