Família que teve cachorro morto após voo ganhará novo filhote de canil
O canil onde nasceu o filhote de golden retriever Zyon, que morreu após um voo de São Paulo para o Rio de Janeiro, no último dia 14, vai dar um novo cachorro à família, que há meses se preparava para ter um cãozinho.
A veterinária responsável pelo estabelecimento, Talita Dib, alega que o animal foi embarcado em perfeitas condições de saúde e, segundo a tutora, Gabriela Duque Rasseli, 24, ela recebeu o animal "quase morto", no terminal de cargas do aeroporto Galeão.
Segundo ela, no dia que Zyon embarcou, outros três filhotes também viajaram para Goiânia, Manaus e Natal, e chegaram em perfeitas condições de saúde. Tanto a profissional quanto a jovem culpam a Latam Airlines pela morte. A companhia aérea nega ter havido maus-tratos. Ainda assim, a família cobrou hoje publicamente a empresa para que esclareça o que ocorreu com o golden retriever e alega que Gabriela vem sofrendo ataques online desde que postou sobre o ocorrido.
O canil destacou que, apesar de constar em contrato que não se responsabiliza pelo transporte do animal quando o proprietário não faz a coleta no local, uma vez que o envio é feito por terceiros, um novo filhote para a família de Zyon já foi escolhido. Desta vez, o cão será entregue em mãos, após viagem rodoviária de Marília (SP), onde fica o estabelecimento, até o Rio de Janeiro, ainda sem data.
"Não vou deixar de realizar esse sonho dela e vou entregar outro filhote. Já temos a data para entrega e ele vai ser levado de carro, para evitar problemas. Temos procura de muitos clientes de outros estados e, agora, com esse problema, não sabemos como vamos fazer a entrega quando o cliente não puder vir buscar no canil", disse Dib.
Nas mensagens trocadas por Dib e Rasseli, na sexta-feira (17), às quais o UOL teve acesso, a jovem afirmou aceitar um novo cãozinho porque a família deseja muito um cachorro.
"Pensei com carinho, conversei com minha mãe bastante e vou aceitar um bebê novo. Minha mãe está doida por um, já virou o bebê da família. Apesar do meu coração apertar pensando sempre no Zyon, eu sei que não é tentar substituir", disse Rasseli à veterinária.
A médica veterinária Talita Dib alegou que Zyon estava em perfeitas condições de saúde quando foi embarcado. Ela explicou que todos os animais do canil, que atua em São Paulo desde 2014, passam por uma série de exames desde o nascimento até a entrega ao tutor.
"Ela comprou o cachorro há um tempinho, ficou aguardando o tempo que necessário para ele se desenvolver e ser entregue. Foram realizados exames eletrocardiograma, ecocardiograma e radiografia durante o período que ele ficou conosco. É uma prática nossa de controle. Além disso, o atestado veterinário entregue à companhia mostra que o cachorro estava em perfeita saúde", explicou.
O canil afirma que o cachorro embarcou em uma caixa apropriada para o tamanho do animal, usada desde 2016 neste tipo de transporte, com furos para ventilação e com água gelada suficiente para o animal se hidratar. "A gente não sabe o que aconteceu. Ficou uma brecha, pois o entregamos à Latam com saúde e ele chegou naquele estado. Fico a perguntar: 'ele foi entregue bem. Em qual momento ele começou a passar mal e por quê?'", questiona Dib.
Hoje, a família de Gabriela Dutra divulgou uma nota pedindo respostas à companhia aérea e expondo o desejo de entrar com ação judicial por "reparação e encerramento do caso". O texto confirma que houve contato por parte do setor de relacionamento com o cliente da Latam, mas que não foi esclarecido o que aconteceu ao filhote para levá-lo à morte. "Resta a indignação pelo descaso com que os animais são tratados pela companhia e a frustração na busca por respostas pelo que aconteceu com Zyon", diz o comunicado.
Relembre o caso
No sábado (18), Gabriela Duque Rasseli, 24, fez uma publicação no Instagram relatando como recebeu o filhote e alegou que o animal foi entregue "quase" morto após ter passado calor. Ela divulgou duas imagens, uma do animal, ainda no terminal de cargas, aparentando estar saudável, e uma com o animal desfalecido, no chão, com uma vasilha de água ao lado, pouco antes de falecer. A publicação, em que acusa a Latam da morte, já passa de meio milhão de curtidas e tem quase 60 mil comentários.
A Latam Airlines afirmou que não houve demora na entrega do cachorro, pois o animal veio no bagageiro do avião, equipado com ar-condicionado, e que cargas vivas — e outras que são transportadas sem passageiro — são entregues no terminal de cargas, após o desembarque e retirada de malas de todas as pessoas transportadas. A Latam afirmou que a entrega do cachorro estava prevista para as 15h30, mas que ele foi entregue à tutora por volta das 15h10. O voo LA 3842 chegou ao Galeão às 13h53. A companhia negou que o animal tenha sido exposto ao sol ou passado calor e destacou que está em contato com a tutora do animal desde o ocorrido.
"Nós, da Latam, nos sensibilizamos muito com o que aconteceu e estamos em contato com a cliente Gabriela desde o desembarque do animal. A companhia reitera que a segurança é um valor inegociável, reforçando que se solidariza com a tristeza vivida pela cliente e que fará tudo que está ao seu alcance para oferecer a assistência necessária neste momento", disse em nota, encaminhada ontem ao UOL, destacando que "seguiu todos os procedimentos de aceitação e transporte do pet, que atendem rigorosamente aos regulamentos de autoridades nacionais e internacionais."
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