Tutores acham cão perdido há 7 meses: 'Nunca perdemos a esperança'
O casal de namorados Carolina Sousa, de 37 anos, e Maurício Gimenes, de 46, moradores de Campo Grande, comemorou muito ao reencontrar seu cachorro Papito, desaparecido há sete meses. O bicho de estimação foi localizado por uma funcionária pública há uma semana, após as intensas chuvas que atingiram a capital do Mato Grosso do Sul depois de uma tempestade de areia.
"Eu estava assistindo televisão e sempre olhava nos sites, porque colocamos em todos os lugares, para ver se tinha algum cachorro parecido com ele. Na hora eu vi e parecia muito. Depois falei 'é ele', porque ele tem um olho diferente", conta Carolina, estudante de biomedicina, em entrevista ao UOL.
O cachorro sumiu justamente quando os donos tiraram sua coleira de identificação dele para lavar. Por possuir leishmaniose, nesta semana ele fará bateria de exames.
O desaparecimento, em março deste ano, no entanto, não foi o primeiro. "Toda vez que ele fugia, as pessoas nos ligavam. Ele já tinha sumido em novembro e achamos em janeiro, em um bairro bem longe", relata Carolina. Desta vez, ele foi encontrado no bairro Monte Líbano, distante cerca de 12 km da residência do casal, em Nova Campo Grande, bairro próximo ao aeroporto.
A publicação que a estudante de biomedicina viu foi feita por Vanessa Mansano, de 44 anos, no Facebook. Ela mandou mensagem, mas, no primeiro momento, Vanessa desconfiou. Somente após ver fotos e vídeos de Papito desde pequeno, ela acreditou na dupla de tutores. Nas poucas horas que ficou com ele, ela já tinha criado laços.
"Imaginei que ele tinha família. Mas claro que passou pela minha cabeça ficar com ele. A partir do momento que você acolhe, cria uma expectativa, não sei explicar. Ele era muito carinhoso e parecia que tinha gratidão por nós", diz Vanessa em conversa com o UOL.
O reencontro
Papito foi um presente que Carolina, que é paraguaia, deu para o namorado, quando o cão tinha dois meses, em 2019.
"Era impossível não acreditar ser ele. Eu nunca perdi a esperança. No começo eu rezava muito para São Francisco de Assis [protetor dos animais], que, se ele estiver em algum lugar, para ele escapar, porque alguém estava mantendo ele preso para ele não voltar", deduz.
Felizmente, ele voltou. A essa altura, os donos tinham uma preocupação na cabeça: será que ele lembraria deles, passado tanto tempo? "A gente ficou com receio de ele não lembrar da gente, de ter conhecido outra família. Mas a gente se enganou. Na verdade, ele veio brincar com meu namorado, nem comigo foi", brinca a universitária.
Vanessa dá detalhes: "Na hora de vir buscar, quando ele viu o homem, ele ficou enlouquecido. Ele abraçava e colocou a cabeça no peito do cara e não queria sair mais. Foi muito louco. Os cães não esquecem mesmo".
Prenúncio?
O cachorro sofre de leishmaniose e, devido ao desaparecimento, parou de receber medicação. Como as feridas na pele do animal costumam aparecer rápido, o casal acredita que ele recebeu cuidados.
"Ele está com algumas marcas de feridas da doença, mas não está mal, está bem cuidado. Estamos dando vitaminas para ele, mas vamos fazer bateria de exames nesta semana ainda", afirma Carolina.
Ela revela que o namorado chegou a sonhar com Papito poucos dias antes do reencontro. "Sempre falei que um dia a gente ia ter notícias dele. Foi muito estranho, até mostrei a conversa para a Vanessa, porque, no dia 10 [de outubro], meu namorado sonhou algo muito real. Escutei os áudios dele falando que achou [o Papito], que estava de banho tomado, igual Pet Shop".
E foi de banho tomado e bem cuidado após ser resgatado na chuva que Papito reencontrou o casal, graças a Vanessa. "Meu namorado começou a sonhar e nos outros dias eu sonhei também, até que o reencontramos. Não tem como explicar. Foi o que Vanessa falou 'ele tem algum propósito com vocês'", acredita Carolina.
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