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Manifestantes tentam invadir Câmara de SP; GCM usa bombas para dispersar

Leonardo Martins

Do UOL, em São Paulo

10/11/2021 18h49Atualizada em 10/11/2021 22h22

Servidores públicos da cidade de São Paulo que participavam desde o início da tarde de uma manifestação contra a reforma da previdência municipal, conhecida como Sampaprev 2, tentaram derrubar o portão e ameaçaram invadir a Câmara Municipal hoje. A GCM (Guarda Civil Metropolitana) interveio com bombas de gás lacrimogêneo e recebeu apoio da Polícia Militar. A situação foi controlada por volta das 19h, mas os servidores seguem no Viaduto Maria Paula, no centro de São Paulo. Asessão para votação do projeto do prefeito Ricardo Nunes (MDB) foi iniciada, apesar dos protestos.

Em nota, a Polícia Militar informou que apenas dá apoio à GCM e não houve prisões. A entrada principal da casa legislativa, no Viaduto Jacareí, ficou fechada. A segunda entrada, na rua Santo Antônio, só ficou com acesso de servidores da própria Câmara Municipal. De acordo com Sindicato dos Trabalhadores na Administração Pública e Autarquias no Município de São Paulo (SindSep), ao menos três servidores precisaram de atendimento.

Alguns dos manifestantes arremessaram pedras e outros objetos contra a entrada principal da Câmara. Outros servidores que estão no protesto questionaram a violência. Eles foram agredidos com itens que foram arremessados contra eles.

O confronto com a polícia começou no fim da tarde. O vidro da entrada principal da Câmara foi quebrado por pedras arremessadas e fogos de artifício disparados.

Bombas de gás lacrimogêneo foram disparadas por guardas da GCM para dispersar o grupo. Funcionários e a reportagem do UOL, que estavam parados na porta do estacionamento da Câmara, foram orientados a entrar no prédio por segurança. Nas palavras de um agente à reportagem, "o couro estava comendo".

Após o confronto, os servidores se espalharam pelas ruas do centro de São Paulo. A CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) foi acionada para bloquear o trânsito no Viaduto Jacareí, onde fica a Câmara Municipal. O prédio da casa legislativa ficou cercado com bloqueios da Polícia Militar.

Manifestantes fazem barricadas com fogo em frente à Câmara Municipal - Reprodução/Globo News - Reprodução/Globo News
Imagem: Reprodução/Globo News

No início da noite, a Polícia Militar fez um cordão para avançar e tentar dispersar os manifestantes e desbloquear a rua. Os servidores que participam do protesto tentaram argumentar com os policiais, outros fazem uma barricada com fogo para bloquear a via.

Servidora é atingida e precisa de socorro

Uma servidora aposentada da SMUL (Secretaria Municipal de Urbanismo e Licenciamento) se feriu e sofreu uma fratura exposta na perna ao tentar correr da confusão. De acordo com o Sindsep (Sindicato dos Servidores Municipais de São Paulo), se trata de uma idosa, que foi atendida pelo Corpo de Bombeiros e por funcionários do Samu, que acompanhavam o ato. Ela foi levada de ambulância a um hospital na região da Luz. A idade da servidora também não foi informada.

Servidores protestam contra reforma em dia de votação

Os servidores públicos da cidade de São Paulo são contra o PLO (Projeto de Emenda à Lei Orgânica) 07/2021 - conhecido como Sampaprev 2. O projeto foi enviado pelo prefeito Ricardo Nunes (MDB)

Entre os pontos mais criticados no projeto estão o aumento da idade mínima de aposentadoria no município. Isso porque, com a mudança, com exceção dos professores, mulheres só poderão se aposentar com 62 anos e homens com 65 anos - mesmo modelo aplicado pelo INSS (Instituto Nacional de Seguridade Social).

Outro ponto questionado é a retirada da isenção de contribuição previdenciária aos aposentados e inativos, que hoje é de 14%. A regra afetará 63 mil pessoas.