Homem com câncer nos ossos que morreu foi espancado, aponta relatório
Um relatório médico que atestou a entrada de Chris Wallace da Silva, de 24 anos, no Hugo (Hospital de Urgências de Goiânia) aponta que barbeiro foi espancado. O jovem morreu na terça-feira (16), após cinco dias internado no hospital e a família alega que ele foi abordado agressivamente por policiais militares ao sair para comprar um refrigerante, no Bairro Fidélis. Chris sofria de mieloma múltiplo, um tipo de câncer que afeta os ossos.
Segundo o documento, ao qual o UOL teve acesso, Chris foi admitido no hospital no dia 11 de novembro. Ele encontrava-se em "estado gravíssimo, devido à espancamento com trauma craniencefálico, contusões abdominais e pulmonares", conforme relata o responsável pelo atendimento. Na ocasião, o barbeiro foi submetido a sedação e tratamento em ventilação mecânica por intubação.
Conforme relatou o advogado da família de Chris, Emanuel Rodrigues, o jovem saiu com um amigo para comprar um refrigerante na noite do dia 10 de novembro e foi abordado por policiais militares. O amigo relatou aos agentes a condição de saúde do barbeiro e informou que ele não poderia ser agredido.
No entanto, segundo relatado, os dois sofreram uma série de agressões, inclusive com cassetete. Ainda, de acordo com o advogado, Chris teve uma lesão grave no pulmão, braços trincados e um rim estourado.
Chris conseguiu retornar à sua casa, onde teve crises convulsivas. Por meio de perguntas e acenos, a mãe do jovem identificou que ele havia sido vítima de agressão por parte da polícia. Ela acionou o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) e encaminhou o filho ao hospital, onde ele permaneceu por cinco dias internado na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) antes de morrer.
Uma câmera de segurança mostra que uma viatura fazia policiamento no bairro em que Chris vivia. Ele e o amigo também foram vistos, pelo mesmo equipamento, caminhado pela rua na noite do fato.
Segundo o advogado, os policiais envolvidos na abordagem ainda não foram identificados. A família, agora, prepara uma ação para obter respostas do Estado de Goiás.
O UOL entrou ontem em contato com a Polícia Militar de Goiás para saber se a corporação possui um posicionamento sobre o caso.
A instituição confirmou o recebimento do pedido, mas não respondeu até a publicação desta reportagem. A SSP-GO (Secretaria de Segurança Pública de Goiás) também foi contatada pelo UOL e, até o momento, não respondeu aos questionamentos. O espaço segue aberto para atualização, tão logo obtenhamos retorno e esclarecimentos.
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