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Corpo de Amanda Albach é enterrado no Paraná

Wanderley Preite Sobrinho

Do UOL, em São Paulo

05/12/2021 10h05Atualizada em 05/12/2021 15h36

Após quase seis horas de velório, o corpo da promotora de vendas Amanda Albach, 21, encontrada morta na sexta-feira (3), foi enterrado na manhã de hoje no Cemitério Municipal de Fazenda Rio Grande, na região metropolitana de Curitiba.

O corpo foi liberado ontem (4) pelo IML (Instituto Médico-Legal) de Santa Catarina após o reconhecimento de um familiar.

Segundo o advogado da família, Michael Pinheiro, o velório começou às 5h40 e seguiu até o final da manhã, quando o corpo foi sepultado às 11h30.

O corpo de Amanda estava desaparecido desde 15 de novembro. Ele foi localizado na sexta enterrado na praia Irapirubá Norte, em Laguna, Santa Catarina.

O que se sabe sobre o homicídio

Segundo a Polícia Civil, Amanda Albach teria sido morta por fotografar um homem armado, com histórico de tráfico de drogas, que temeu ser denunciado.

A vítima estava desaparecida desde 15 de novembro, um dia depois de ser vista pela última vez no beach club P12, em Jurerê Internacional, região nobre de Florianópolis. Um dos suspeitos de matá-la era um colega que a acompanhava em uma casa noturna.

O trio de suspeitos — composto por um casal que acompanhou Amanda em uma viagem durante o feriado da Proclamação da República e um homem, visto com ela na festa — foi preso em Canoas (RS). Eles moravam juntos em Imbituba, a 90 km de Florianópolis, e hospedaram Amanda no feriado. A vítima saiu de Fazenda Rio Grande (PR) para curtir a folga.

A Polícia Civil passou a tratar os amigos como suspeitos no desparecimento após informações desencontradas nos depoimentos deles ao longo da investigação, informou o delegado Bruno Fernandes.

Após coletar elementos que ligavam o trio ao desaparecimento, a Polícia Civil conseguiu na Justiça um mandado de prisão temporária por cinco dias contra os envolvidos.

Em interrogatório, um dos amigos confessou que a matou e indicou a localização do corpo, em uma cova rasa, na praia de Itapirubá.

Pouco antes de morrer, Amanda chegou a enviar um áudio por WhatsApp para uma parente informando que pegaria um carro de aplicativo para retornar para casa, no Paraná.

De acordo com a Delegacia de Investigação Criminal de Laguna, Amanda mandou o áudio obrigada pelo suspeito como uma maneira de despistar a investigação. Depois da mensagem, a vítima ainda cavou a própria cova com uma pá e acabou morta com dois tiros, revelou o suspeito.

"O suspeito contou que levou Amanda até a praia de Itapirubá e obrigou que ela cavasse a própria cova. Antes de ser morta, ainda a ordenou a gravar um áudio aos familiares dizendo que pegaria um carro de aplicativo para retornar ao Paraná", contou ontem o delegado Bruno Fernandes, em coletiva de imprensa.

Vítima foi morta após ver arma com suspeito

A investigação concluiu que Amanda e os amigos foram para Jurerê Internacional durante o dia, em 14 de novembro. De lá, retornaram à noite para Imbituba.

Na noite de 15 de novembro, Amanda teria visto uma arma de fogo com um dos suspeitos no imóvel. Ela teria batido uma foto e encaminhado a outras pessoas, o que motivou o descontentamento do suspeito.

"A investigação aponta que a Amanda viu uma arma de um desses investigados, bateu uma foto e encaminhou a terceiros. Essa pessoa se descontentou e decidiu dar fim à vida dela porque sentiu que corria algum risco de ser denunciado", informou o delegado.

Apenas o suspeito de portar a arma de fogo já tinha passagem pela polícia, pelo crime de tráfico de drogas. A Polícia Civil diz que os outros dois que hospedavam Amanda não participaram nem presenciaram a cena do crime, mas acabaram se omitindo.