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Perdi 11 quilos, diz tutor de cadela desaparecida no aeroporto de Guarulhos

Reinaldo Jr. - Reprodução/TV Globo
Reinaldo Jr.
Imagem: Reprodução/TV Globo

Do UOL, em São Paulo

09/01/2022 22h39

O garçom Reinaldo Júnior, dono da cachorra Pandora, desaparecida em uma conexão no aeroporto de Guarulhos, em voo que seguiria do Recife (PE) a Navegantes (SC), criticou a falta de mobilização da companhia aérea GOL e, abalado, disse já ter perdido onze quilos após o desaparecimento de sua mascote há 26 dias.

A todo momento eles diziam que não existe câmera, não existe filmagem. Não me ajudar em nada nisso daí, nem se mobilizaram. Já estou abatido psicologicamente, emocionalmente, mentalmente. Onze quilos já perdi. Não consigo comer direito nem dormir. Reinaldo Júnior, durante entrevista ao Fantástico, da TV Globo

Na semana passada, a Justiça decidiu que a companhia aérea também terá que custear estadia e alimentação para os tutores por 30 dias, para que façam as buscas, já que Reinaldo e a mãe dele, Terezinha Bezerra, também tutora, não residem na cidade. Os dois chegaram a ser despejados do hotel em que a companhia aérea os colocou no dia do desaparecimento e retornaram ontem, após a decisão judicial. O serviço de busca especializada deverá ser contratado por mais 10 dias.

Pandora viajava com o tutor, Reinaldo Júnior, e teria escapado da caixa de transportes no momento da troca de avião. O aeroporto terá que permitir a entrada dos tutores e equipes de buscas na área restrita, assim como ceder imagens do setor de cargas do dia do desaparecimento. Trechos da cadela se movimentando no local já foram obtidos pela Polícia Civil.

"As buscas e o alerta pet, divulgado na Internet quando um animal some, só duraram cinco dias. Eles cancelaram a empresa no dia 20 de dezembro, mesmo com os cães farejadores apontando que o cheiro da Pandora ainda estava na área entre o setor de cargas e a mata", afirmou a advogada da família, Evelyne Paludo, ao UOL.

Reinaldo conseguiu ajuda de uma ONG que esteve no local com outros cães farejadores na tentativa de reduzir a área de buscas do aeroporto, que é de 14 km². "Esses cães também detectaram o cheiro da Pandora, no mesmo local, por isso entramos com a ação. Achamos que tem uma grande chance de ela ainda estar lá porque é uma área de segurança, fechada, sem espaço para fuga", avalia Evelyne.

Os tutores reclamam do descaso e falta de apoio da empresa durante o episódio.

Em comunicado divulgado à imprensa, a GOL informou que, desde o ocorrido tomou uma série de medidas para amparar os tutores. A companhia afirma que forneceu toda a estrutura de hospedagem, alimentação e transporte necessárias para acomodar o cliente e sua acompanhante, próximos ao local do incidente e assim facilitar as buscas; providenciada e custeada pela empresa desde 15 de dezembro de 2021. "Em função de uma determinação judicial permanecerá assim por mais 30 dias, contados a partir de 5 de janeiro", informa o texto.

A nota oficial informa ainda que a empresa contratou duas empresas especializadas no rastreamento profissional de cães e outros pets desaparecidos, sendo uma para buscas com cães farejadores e outra para divulgação de cães perdidos. Uma delas, a Busca Pet, está mantida em sobreaviso caso surja qualquer nova pista que possibilite que os serviços possam ser retomados.

Ao UOL, a GRU Airport, concessionária que administra o Aeroporto Internacional de São Paulo, Guarulhos, informou que adotará as providências necessárias ao cumprimento da decisão do TJSP. Em nota, a concessionária esclarece que, por questões legais e de segurança, só pode autorizar o acesso ao aeroporto e às imagens a partir de solicitação das autoridades competentes.