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No RJ, rios superam 5 m, alagam 9 cidades e 1500 moradores deixam casas

10.jan.2022 - O município de Porciúncula é o mais afetado pelas chuvas no RJ - Reprodução/Governo do RJ
10.jan.2022 - O município de Porciúncula é o mais afetado pelas chuvas no RJ Imagem: Reprodução/Governo do RJ

Marcela Lemos

Colaboração para o UOL, no Rio

10/01/2022 16h09

As fortes chuvas que atingem o norte e noroeste do Rio de Janeiro, desde a última quinta-feira (6), deixam 1500 pessoas desabrigadas (300) ou desalojadas (1.200) e provocaram desabamentos, deslizamentos e bloqueios de vias na região. O balanço de moradores afetados pelas chuvas foi atualizado pelo governo do estado na tarde de hoje.

Ao menos nove cidades foram afetadas —Itaperuna, Natividade, Porciúncula, Bom Jesus de Itabapoana, Itaocara, Italva, Laje do Muriaé, Cambuci e Santo Antônio de Pádua. Houve transbordamento dos rios Muriaé, Carangola, Itabapoana, Pomba e Paraíba do Sul.

A cidade de Porciúncula é a região com maior número de afetados pelas chuvas. São 600 desalojados, 149 desabrigados e 1.800 pessoas afetadas, segundo a prefeitura.

O rio Carangola na região, que também banha municípios de Minas Gerais —também afetados pelas chuvas— atingiu o nível de 6,80 m na manhã de hoje. O alerta de transbordo ocorre quando as águas do rio atingem 5,20 m.

Muitas ruas da cidade estão inundadas e duas escolas foram disponibilizadas como abrigo para as vítimas das cheias. Há também quedas de árvores e de barreiras nas estradas, que estão sendo retiradas pelas equipes da Defesa Civil.

Deslizamento no Morro São Pedro no município de Natividade (RJ) - Reprodução/Prefeitura de Natividade - Reprodução/Prefeitura de Natividade
Deslizamento no Morro São Pedro no município de Natividade (RJ)
Imagem: Reprodução/Prefeitura de Natividade

Outras cidades e rodovias obstruídas

Outras cidades da região também sofrem com o aumento no nível dos rios, o que deixa os municípios em alerta máximo. Em Bom Jesus de Itabapoana, a prefeitura informou que 250 pessoas foram afetadas pela chuva e 20 famílias estão desabrigadas.

Em Itaperuna, o número de desalojados até o início da manhã de hoje era de 13 pessoas. O rio Muriaé atingiu a cota de transbordamento com a marcação do nível de água em 5,23 m. Segundo a prefeitura, o rio deve atingir 5,50 m às 19h de hoje.

Em Itaocara, a prefeitura informou que o rio Paraíba do Sul, no distrito de Portela, está com o nível de 5,20 m, com risco de subir nas próximas horas. Há ruas alagadas. A região conta ainda com o rio Pomba, que também corre risco de transbordamento.

Em Natividade, foi registrado um deslizamento de barranco no Morro São Pedro. Não houve feridos. A prefeitura afirma que o nível do rio Carangola atingiu 5,65 m. O limite para não transbordar é de 5,20 m.

Já Cambuci está em alerta com o nível do rio quase 1 m acima do limite de transbordamento, e Santo Antônio de Pádua tem oito pessoas desabrigadas. Um hospital de campanha foi montado para atender emergência nas regiões.

Três rodovias ficaram obstruídas em decorrência nas chuvas. Parte da RJ-146 na altura de Visconde de Imbé, em Trajano de Moraes, cedeu. Um vídeo registrou as condições da rodovia que teve o tráfego interrompido. As estaduais 134 e 172 também foram obstruídas.

O que diz o governo do estado

O governo do estado afirmou que acompanha os prejuízos e danos causados pelas chuvas em diversas regiões do Rio de Janeiro desde quinta-feira (6) e que os municípios mais atingidos estão recebendo atenção máxima, com equipes e maquinários para minimizar os danos.

"Toda a estrutura do estado está mobilizada para atuar em apoio às cidades afetadas. O Centro Estadual de Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais (Cemaden-RJ) monitora as condições meteorológicas e os níveis pluviométricos, enviando alertas", afirmou o governador Cláudio Castro (PL) por meio de nota.

O Corpo de Bombeiros atua no transporte de pessoas afetadas pela chuva em diversos municípios. Na Região Serrana, a Defesa Civil está monitorando a possibilidade de deslizamento de terra.

O risco geológico também é considerado alto em municípios da Baixada Fluminense e da Costa Verde, informou o governo.