Médicos de SP suspendem greve, mas mantêm ato em frente à prefeitura
O Simesp (Sindicato dos Médicos de São Paulo) decidiu suspender a greve marcada para esta quarta-feira (19). A decisão foi tomada em assembleia realizada com a presença de mais de 200 profissionais, na noite de hoje, após uma liminar do TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo) proibir a paralisação.
No entanto, o grupo decidiu manter um protesto em frente à prefeitura de São Paulo. O ato deve acontecer às 15h de amanhã.
O sindicato entende que a ação da Prefeitura e da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) foi "arbitrária e um cerceamento do direito de greve". Além disso, informou que ainda não foi notificado oficialmente sobre a decisão, e soube apenas através da imprensa e criticou as ações do poder municipal.
"A suspensão da paralisação foi aceita tão somente pela possibilidade de abertura de negociação das reivindicações das médicas e médicos atuantes nas UBS, sob intervenção do Ministério Público, conforme a liminar", diz o comunicado do Simesp, que considera a data fixada para audiência de conciliação, 27 de janeiro, "um prazo exagerado e incompatível" com o cenário de aumento dos casos de covid-19 e sobrecarga dos trabalhadores.
A categoria alega que os profissionais de saúde estão sofrendo de exaustão diante da disparada da covid-19 provocada pela variante ômicron e pelo afastamento de colegas contaminados pelo vírus. Os profissionais querem que a prefeitura contrate imediatamente mais equipes para atendimento de síndromes gripais e garanta condições mínimas de trabalho, entre outras demandas.
Segundo o sindicato, reunião realizada na segunda-feira (17) com o Secretário de Saúde da capital, Edson Aparecido, e o secretário adjunto, Luiz Carlos Zamarco, terminou seu acordo porque as autoridades não apresentaram "nenhuma resposta capaz de responder às necessidades dos trabalhadores das Unidades Básicas de Saúde (UBS)".
A SMS (Secretaria Municipal de Saúde), porém, rebate a informação e diz já ter realizado 280 contratações desde dezembro, além de ter autorizado outras 700.
De acordo com o sindicato, mais de 3.193 profissionais de saúde de São Paulo tinham sido afastado do trabalho por covid-19 ou síndrome gripal até 13 de janeiro, o que representa um salto de mais de 100% em relação à semana anterior.
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