Cliente reclama de 'entregador negro' em GO; defesa diz que app foi clonado
Um cliente deixou uma avaliação racista em um pedido do iFood em Goiânia (GO) na última quinta-feira (20). No aplicativo, após receber a entrega, a pessoa escreveu "entregador negro" ao avaliar negativamente o local.
Procurada, a defesa informou que o usuário é um adolescente de 15 anos e que sua conta teria sido clonada. O iFood informou ter aberto um processo interno para investigar o caso (leia mais abaixo).
A lanchonete onde o pedido foi feito respondeu à avaliação no aplicativo solicitando mais respeito do cliente. "Meu irmão, que desagradável seu comentário, desmerecer alguém por sua cor, estamos aqui em busca de oferecer oportunidade ao próximo independente de sua cor", diz a mensagem.
O que diz a defesa
Segundo a advogada da defesa, Fabiana Castro, o adolescente e sua família prestaram depoimento ontem à polícia. "Chegamos à conclusão de que a conta foi clonada. Identificamos no histórico de compras, pedidos que foram entregues em São Paulo, Aracaju, Alagoas", afirma.
Questionada se no aplicativo havia foto do entregador, a advogada disse que não. "Outra pessoa fez o comentário. O entregador é branco, não é negro. Não tem nexo", informou a advogada. De acordo com Fabiana, na segunda-feira será feito um boletim de ocorrência contra as ameaças que a família vem recebendo.
Ao UOL, a Polícia Civil informou que a vítima será ouvida na segunda-feira (24). O caso será investigado pelo Geacri (Grupo Especializado no Atendimento às Vítimas de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância).
Em nota, o iFood disse lamentar o caso e que "repudia qualquer ato de discriminação". O processo de investigação interno, segundo a empresa, pode incluir o descadastramento do cliente.
"O iFood esclarece ainda que o entregador trabalha direto para o restaurante e, por isso, a empresa também acionou o estabelecimento para também poder prestar suporte ao entregador envolvido neste caso", informou em nota.
Por fim, a empresa reforçou que segue à disposição para colaborar com a polícia nas investigações.
Colegas de videogame
A defesa do cliente diz também que o aplicativo do iFood seria usado por um colega do adolescente que joga videogame. "Todos os créditos do jogo vão para a conta do meu cliente e ele passou os dados para um dos integrantes do grupo, outro menor de idade", explica Fabiana.
De acordo com a advogada, todas essas informações e os prints de conversas foram repassados para ajudar na investigação do caso.
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