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Caso Henry: Justiça nega prisão domiciliar a Monique

6.out.2021 - Monique Medeiros, mãe de Henry Borel, em audiência no Tribunal de Justiça do Rio - JOAO GABRIEL ALVES/ENQUADRAR/ESTADÃO CONTEÚDO
6.out.2021 - Monique Medeiros, mãe de Henry Borel, em audiência no Tribunal de Justiça do Rio Imagem: JOAO GABRIEL ALVES/ENQUADRAR/ESTADÃO CONTEÚDO

Lola Ferreira

Do UOL, no Rio

29/01/2022 14h41

A Justiça do Rio de Janeiro negou ontem a prisão domiciliar a Monique Medeiros, mãe de Henry Borel. O pedido foi feito pela defesa da pedagoga após supostas ameaças sofridas dentro da cadeia, atribuídas a uma advogada ligada ao ex-vereador Jairinho. Na mesma decisão, a Justiça não descartou que essas ameaças possam ser investigadas.

A juíza Elizabeth Louro, da 2ª Vara Criminal, seguiu o entendimento do Ministério Público e afirmou que não há respaldo legal para que Monique fique presa em casa. Por não descartar a investigação, Louro determinou que as ameaças relatadas por Monique sejam mantidas no processo para que, oportunamente, possam ser encaminhadas aos órgãos responsáveis pelas investigações.

Para manter Monique no Instituto Penal Santo Expedito, em Bangu, a magistrada justificou que a domiciliar não garantiria maior segurança a Monique, já que ela é um rosto "conhecido nacionalmente" e poderia ser reconhecida entrando ou saindo do local, mesmo que sigiloso. Louro afirmou também que é dever do Estado garantir a segurança dos seus detentos.

O pedido da defesa de Monique pela domiciliar aconteceu na sequência de dois episódios na cadeia: No primeiro, a advogada Flávia Fróes, ligada ao ex-vereador Jairinho, ter visitado a mãe do menino, que relata tentativa de coagi-la a assinar um documento para assumir a culpa pela morte do filho. Uma semana depois da visita de Flávia, um advogado identificado apenas como Fábio pediu para outra detenta para "passar recados" a Monique — o que a defesa da mãe de Henry considerou uma ameaça.

A juíza responsável pelo processo afirma que "está empenhada em garantir a segurança da ré", e não se opõe a futuras decisões que possam auxiliar nisso. Louro também negou que Monique seja isolada de outras detentas porque "seria uma espécie de punição", e pediu que o Instituto Penal Santo Expedito, onde a mãe de Henry está presa, informe o número mínimo de detentas que podem estar na mesma cela.

Após a visita de Flávia a Monique, a defesa da mãe de Henry pediu o desmembramento do processo, além de imagens da visita e cópias do livro de visitas. Louro concordou em receber o material, mas negou o desmembramento do processo por afirmar que iria atrasar os trâmites e que não seria possível garantir o sigilo das informações sobre Monique.

No dia 9 de fevereiro, Monique e Jairinho irão relatar à Justiça sua versão sobre a morte de Henry. Eles foram presos em 8 de abril do ano passado. Os laudos periciais apontam 23 lesões no corpo do menino, e que Henry morreu em decorrência de hemorragia interna e laceração no fígado causada por ação contundente.

Advogado de goleiro Bruno assume defesa de Jairinho

Na última semana, Jairinho escolheu seus novos advogados no processo criminal. Entre eles, está Lúcio Adolfo da Silva, que defendeu o goleiro Bruno Fernandes no processo em que ele foi condenado pelo homicídio de Eliza Samudio. A troca aconteceu a menos de 20 dias do interrogatório do réu na Justiça.

O imbróglio da antiga defesa de Jairinho com Flávia começou quando Monique relatou a seus advogados que fora ameaçada pela advogada, contratada pela família de Jairinho para fazer uma "investigação defensiva", a assumir a culpa pela morte de Henry.

Após a revelação do relato pelo UOL, Braz, então advogado de Jairinho, divulgou uma carta de repúdio manifestando "indignação" com a visita, que chamou de antiética. Duas semanas depois, o advogado e sua equipe abandonaram o processo sob a justificativa de "foro íntimo".