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Polícia investiga morte de congolês espancado na praia da Barra da Tijuca

Igor Mello

Do UOL, no Rio

30/01/2022 10h39

A Delegacia de Homicídios da Capital investiga a morte do congolês Moise Mugenyi Kabagambe, 24 anos. Ele foi espancado por um grupo de homens com pedaços de pau na praia da Barra da Tijuca, zona oeste do Rio, na última segunda-feira (24).

Segundo relatos de familiares e testemunhas, Moise trabalhava no quiosque Tropicáliia, localizado na altura do posto 8, como ajudante de cozinha. Ao fim do expediente, por volta das 21h, ele foi cobrar ao gerente o pagamento de duas diárias atrasadas.

De acordo com uma nota de repúdio divulgada pela comunidade congolesa no Rio de Janeiro, após a cobrança "o gerente começou a lhe agredir juntos com seus amigos, 5 pessoas no total". Imagens de câmeras instaladas no quiosque flagraram a agressão. Os homens usavam pedaços de pau e um taco de baseball.

Segundo a Polícia Civil, as imagens estão sendo analisadas para identificar os responsáveis pelo homicídio.

"As investigações estão em andamento na Delegacia de Homicídios da Capital A perícia foi realizada no local e imagens de câmeras de segurança foram analisadas. Diligências estão em curso para identificar os autores", diz a Polícia Civil.

A família de Moise ainda reclama da demora no socorro.

"Amarram ele junto com as pernas e mãos. A polícia veio depois de 20 ou 40 minutos", disse Djodjo Baraka Kabagambe, irmão do homem morto, à TV Globo.

A Polícia Militar diz não ter sido chamada para interromper as agressões. "uma equipe do 31º BPM que passava pelo local avistou uma viatura do SAMU e foi verificar, ou seja, nós não fomos acionados. No local, o óbito da referida vítima já tinha sido atestado pelo SAMU. Os policiais, então, acionaram a polícia civil (DH), que assumiu a ocorrência"

Na carta aberta, a comunidade congolesa cobrou justiça para Moise e punição para os responsáveis pelo quiosque. "Esse ato brutal, que não somente manifesta o racismo estrutural da sociedade Brasileiro, mas claramente demonstra a XENOFOBIA dentro das suas formas, contra os estrangeiros, nós da comunidade congolesa não vamos nos calar", diz o texto.

O UOL não conseguiu contato com o quiosque Tropicália. A página do estabelecimento no Facebook foi excluída, enquanto o perfil no Instagram foi fechado.