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SP: sobe para 24 número de mortos por causa das chuvas

Do UOL, em São Paulo

31/01/2022 15h55

Subiu para 24 o número de mortes em decorrência das chuvas que atingiram São Paulo desde a última sexta-feira, 28. A informação foi confirmada pela Defesa Civil do estado em boletim publicado na tarde de hoje.

Os três novos óbitos confirmados foram computados na cidade de Franco da Rocha, que agora tem oito mortes registradas. Com isso, o município continua sendo o com maior número de vítimas fatais em todo o estado.

Ainda no meio da tarde, os três corpos que estavam soterrados no bairro Parque Paulista foram removidos e identificados. As vítimas, todas da mesma família, são José Ailton Vitor Silva, 30; Adriana da Silva Santos, 33, e Oziel Vitor, de 2 anos. A prefeitura da cidade não informou qual o grau de parentesco das três pessoas.

Em conversa com o UOL News, o prefeito da cidade, Nivaldo Santos (PSDB), afirmou que ainda há esperanças de encontrar pessoas com vida na área. "Os Bombeiros têm pessoal suficiente lá, e também há bastante voluntários para tirar a terra, já que no trabalho não pode ter máquinas e tem que ser apenas manual", declarou.

Segundo ele, cerca de 40 pessoas foram atendidas em abrigos da região, mas o número de desalojados é maior do que este, já que muitas pessoas estão em casas de parentes e amigos e ainda não contataram o município.

Para aqueles que perderam suas casas deve ser oferecido auxílio aluguel. Além disso, a cidade divulgou nas redes sociais pontos de arrecadação de doações para os desabrigados. "Inicialmente, precisamos do básico: material de limpeza, cobertores, colchões, alimentos não perecíveis etc", pontuou.

Os dados do boletim da Defesa Civil ainda apontam a existência de oito crianças entre as vítimas em todo o estado. Outras sete pessoas estão feridas e 11 são dadas como desaparecidas.

Uma das áreas mais afetadas no Estado é o noroeste da Grande São Paulo, que compreende, além de Franco da Rocha, as cidades de Caieiras, Francisco Morato e Várzea Paulista. Até o momento, 11 pessoas ainda são consideradas desaparecidas. Em várias regiões do estado, há ocorrências de "alagamentos, queda de árvores, quedas de muros e deslizamentos de terra; além de interdições totais ou parciais em rodovias".

Até o momento o número de mortos incluem 13 adultos e oito crianças, incluindo um bebê de três meses, que havia sido resgatado na noite de ontem em Itapevi. Os óbitos foram registrados em Arujá (1), Embu das Artes (3), Francisco Morato (4), Franco da Rocha (8), Itapevi (1), Jaú (1), Ribeirão Preto (1) e Várzea Paulista (5).

E os recursos federais?

Em entrevista, Doria disse que mudanças climáticas afetam o Brasil e o exterior. Embora tenha dito que não se deve transferir a responsabilidade à questão climática pelos problemas ocorridos, destacou ser preciso uma atenção maior por todos. "Os impostos que os munícipes pagam em todas as cidades afetadas também vão para o governo federal", afirmou. "Não é razoável que o governo brasileiro, diante de situações de tragédia em Minas Gerais, na Bahia, em São Paulo ou em outros estados fique esperando que não mais as tenhamos.

Mas, se houver, é importante que o governo também não só se manifeste, como destine recursos e apoio para que prefeitos e prefeitas se sintam acolhidos", disse o governador de São Paulo. O MDR (Ministério do Desenvolvimento Regional) rebateu as críticas feitas pelo governador de São Paulo, João Doria (PSDB), que exigiu mais a atenção do governo de Jair Bolsonaro (PL), após fortes chuvas terem provocado pelo menos 21 mortes e estragos em cidades paulistas. Em nota enviada ao UOL, o ministério disse não ter recebido nenhuma solicitação de recursos a municípios de São Paulo e que condenava o uso político da tragédia.

"Até o momento, não foi recebida nenhuma solicitação de recursos dos estados ou dos municípios de São Paulo por meio do Sistema Integrado de Informações sobre Desastres. Portanto, o MDR não só condena o uso político da tragédia, como espera que o governador de atue no levantamento e no cadastramento dos danos no sistema para que o governo federal apoie as regiões conforme prevê a legislação", disse o ministério. O presidente Jair Bolsonaro não havia se manifestado sobre o tema até a última atualização desta reportagem.