SP: Chuvas dificilmente causariam acidente em obra do metrô, diz geólogo

Obras como a da construção da linha 6 - Laranja do metrô de São Paulo costumam levar em consideração a expectativa para o volume de chuvas em seu planejamento e, por isso, dificilmente o aumento da pluviosidade na capital paulista influenciou no desmoronamento ocorrido hoje próximo à Marginal Tietê. A avaliação é do geólogo Álvaro Rodrigues dos Santos.

"Todos sabem que nesta época do ano as chuvas se intensificam. Isso são elementos que entram na concepção do projeto da obra; não são novidades", afirmou o especialista, em entrevista ao UOL News. "Seria um equívoco associarmos o acidente ao eventual aumento da pluviosidade."

Segundo o governo estadual, houve o rompimento de uma adutora de esgoto no local. O secretário de Transportes Metropolitanos de São Paulo, Paulo Galli, acredita que o incidente não foi provocado pelo tatuzão e não descarta que o desmoronamento seja resultado de falha humana.

Relacionadas

MP-SP abre inquérito para investigar desmoronamento em obra do metrô

Há 15 anos, cratera em obra da Linha Amarela do Metrô de SP deixou 7 mortos

Como funciona o tatuzão usado em obra do metrô que desmoronou na marginal

"Nós temos poucas informações confiáveis para um comentário técnico mais resolutivo sobre as causas desse acidente. Tudo o que foi aventado até agora foi em cima de hipóteses", disse Santos.

"As chuvas nunca seriam as culpadas; elas não estão fazendo nenhuma surpresa. É um dado conhecido de planejamento. Se tem a expectativa do aumento de pluviosidade, então, não se pode associar agora o acidente às chuvas", reforçou o especialista.

O geólogo ainda destacou que será importante a participação do IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas) na investigação das causas do acidente. "O mesmo aconteceu com o acidente da linha 4, onde o IPT foi chamado e apresentou um relatório considerado brilhante."

Prefeitura suspende rodízio

No início da tarde, a Prefeitura de São Paulo decidiu suspender o rodízio de veículos na capital. Hoje, não poderiam circular no centro expandido os veículos com placas de final 3 ou 4.

Ao UOL News, o diretor de Operações da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), Hemilton Inoye, explicou que a medida foi tomada em razão da importância da Marginal Tietê para sistema viário da cidade e da Região Metropolitana.

"Toda a operação da CET já se iniciou no período da manhã quando foi constatado o problema junto à obra do metrô. Nós interditamos, inicialmente, todas as pistas da Marginal Tietê, tanto no sentido Ayrton Senna quanto no sentido Castello Branco", disse Inoye.

Agentes da CET ainda estão no local auxiliando os motoristas com os desvios no trânsito. "Na pista local, os veículos estão sendo desviados para a Av. Ermano Marchetti para o acesso à Marginal Tietê em direção à rodovia Ayrton Senna. Os veículos que estão na pista central são desviados para a pista expressa", detalhou o diretor da companhia.