Topo

Esse conteúdo é antigo

PF faz ação contra grupo suspeito de levar brasileiros ilegalmente aos EUA

Agentes estão cumprindo mandados de busca e apreensão nos municípios de Barra de São Francisco, no Espírito Santo, e Central de Minas, em Minas Gerais - Divulgação/Polícia Federal
Agentes estão cumprindo mandados de busca e apreensão nos municípios de Barra de São Francisco, no Espírito Santo, e Central de Minas, em Minas Gerais Imagem: Divulgação/Polícia Federal

Do UOL, em São Paulo

04/02/2022 09h26Atualizada em 04/02/2022 09h42

A PF (Polícia Federal) deflagrou na manhã de hoje a Operação Cristo Rey contra um grupo suspeito de fazer a migração ilegal de brasileiros para os Estados Unidos e falsificarem selo ou sinal público.

Os agentes estão cumprindo dois mandados de busca e apreensão no município de Barra de São Francisco, no Espírito Santo, e um na cidade de Central de Minas, em Minas Gerais.

O objetivo da ação, que teve apoio de 16 policiais federais, é realizar o cumprimento das medidas judiciais e coletar novas provas para a finalização das investigações do caso.

Segundo o site da PF, o principal investigado na ação entregou seu passaporte aos agentes e foi informado do cumprimento de medida cautelar, expedido pela Justiça Federal de Colatina, com o pagamento de fiança estimada no valor de 50 salários mínimos. Em caso do não pagamento dentro de 48 horas, a justiça expedirá um mandado de prisão contra o investigado.

Os investigados poderão ser indiciados pelos crimes de promoção de migração ilegal (art. 232-A do Código Penal), associação criminosa (art. 288 do Código Penal) e fabricação de selo ou sinal público (art. 296 do Código Penal). Se condenados por todos os crimes, os investigados podem pegar até 14 anos de prisão.

Apuração da PF

A investigação teve início no ano passado após a denúncia contra uma agência de viagens em Barra de São Francisco que intermediaria o contato entre interessados em imigrar ilegalmente para os EUA e os chamados "coyotes" que atuam colaborando para a travessia ilegal dos migrantes na fronteira do México.

O processo de migração ilegal, incluindo a emissão de passaporte em São Paulo e embarque no município até a entrada nos EUA, custava aproximadamente US$ 25 mil (cerca de R$ 132 mil). De acordo com o órgão, os contratos feitos pela agência e os migrantes continham até os símbolos da PF, o que pode fazer os suspeitos responderem por falsificação de selo ou sinal público.

No andamento das investigações já foram realizadas diversas diligências, com obtenção de dados relevantes para a operação, incluindo os preços cobrados pela agência, nomes de pessoas envolvidas com quadrilha que atuavam no exterior, locais onde os migrantes ficavam durante o processo de viagem e as táticas usadas pelo grupo para fazer a entrada ilegal de brasileiros nos EUA.

A operação constatou haver até mesmo advogados norte-americanos contratados pelo grupo para trabalharem nos processos de migrantes presos durante o trajeto ou para manipular as medidas migratórias dos EUA com objetivo de colocar os brasileiros no país.