PF faz ação contra grupo suspeito de levar brasileiros ilegalmente aos EUA
A PF (Polícia Federal) deflagrou na manhã de hoje a Operação Cristo Rey contra um grupo suspeito de fazer a migração ilegal de brasileiros para os Estados Unidos e falsificarem selo ou sinal público.
Os agentes estão cumprindo dois mandados de busca e apreensão no município de Barra de São Francisco, no Espírito Santo, e um na cidade de Central de Minas, em Minas Gerais.
O objetivo da ação, que teve apoio de 16 policiais federais, é realizar o cumprimento das medidas judiciais e coletar novas provas para a finalização das investigações do caso.
Segundo o site da PF, o principal investigado na ação entregou seu passaporte aos agentes e foi informado do cumprimento de medida cautelar, expedido pela Justiça Federal de Colatina, com o pagamento de fiança estimada no valor de 50 salários mínimos. Em caso do não pagamento dentro de 48 horas, a justiça expedirá um mandado de prisão contra o investigado.
Os investigados poderão ser indiciados pelos crimes de promoção de migração ilegal (art. 232-A do Código Penal), associação criminosa (art. 288 do Código Penal) e fabricação de selo ou sinal público (art. 296 do Código Penal). Se condenados por todos os crimes, os investigados podem pegar até 14 anos de prisão.
Apuração da PF
A investigação teve início no ano passado após a denúncia contra uma agência de viagens em Barra de São Francisco que intermediaria o contato entre interessados em imigrar ilegalmente para os EUA e os chamados "coyotes" que atuam colaborando para a travessia ilegal dos migrantes na fronteira do México.
O processo de migração ilegal, incluindo a emissão de passaporte em São Paulo e embarque no município até a entrada nos EUA, custava aproximadamente US$ 25 mil (cerca de R$ 132 mil). De acordo com o órgão, os contratos feitos pela agência e os migrantes continham até os símbolos da PF, o que pode fazer os suspeitos responderem por falsificação de selo ou sinal público.
No andamento das investigações já foram realizadas diversas diligências, com obtenção de dados relevantes para a operação, incluindo os preços cobrados pela agência, nomes de pessoas envolvidas com quadrilha que atuavam no exterior, locais onde os migrantes ficavam durante o processo de viagem e as táticas usadas pelo grupo para fazer a entrada ilegal de brasileiros nos EUA.
A operação constatou haver até mesmo advogados norte-americanos contratados pelo grupo para trabalharem nos processos de migrantes presos durante o trajeto ou para manipular as medidas migratórias dos EUA com objetivo de colocar os brasileiros no país.
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