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Caso Moïse: Gilmar Mendes vê milícia por trás de crise da segurança pública

Do UOL, em São Paulo

06/02/2022 21h15Atualizada em 07/02/2022 11h58

O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Gilmar Mendes associou o assassinato do congolês Moïse Kabagambe à ocupação irregular de áreas estratégicas no Rio de Janeiro pela milícia. Até o momento, a investigação não confirmou indícios de envolvimento de grupos paramilitares no caso ou na ocupação dos quiosques na Barra da Tijuca, na zona oeste do Rio, onde o crime aconteceu.

"A ocupação irregular de áreas estratégicas por grupos de milícias está por trás da crise da segurança pública", escreveu o ministro no Twitter. "O MPRJ e o MPF precisam avançar nessa área. O caso Moïse traça suas raízes no poder do Estado paralelo e na invisibilidade do controle armado".

Moïse Kabagambe, de 24 anos, foi morto a pauladas no último dia 24 no quiosque Tropicália, no posto 8 da Barra da Tijuca. Segundo a família, ele foi até o local cobrar o pagamento de duas diárias de trabalho como garçom, que somavam R$ 200. Móïse trabalhava no quiosque vizinho ao Tropicália, o Biruta.

Câmeras de segurança do quiosque mostram três agressores que batem na vítima mesmo estando ela imobilizada e imóvel no chão. Três suspeitos foram presos temporariamente na semana passada, por homicídio duplamente qualificado, com aplicação de meio cruel e impossibilidade de defesa da vítima.

A PCERJ (Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro) não acredita que o dono do Biruta, o policial militar Carlos Fabio da Silva Muzi, tenha qualquer envolvimento com o crime. Segundo o inquérito do caso, ao qual o UOL teve acesso, o comerciante também relatou ter dispensado Moïse cinco dias antes do assassinato e que não devia dinheiro a ele —versão que contraria relato da família do congolês.