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Homem denuncia ataque homofóbico em terminal de ônibus de SP: 'Mata logo'

Handerson contou que foi trancado dentro de uma cabine de banheiro por três agressores - Reprodução/Instagram/@handerson_a
Handerson contou que foi trancado dentro de uma cabine de banheiro por três agressores Imagem: Reprodução/Instagram/@handerson_a

Do UOL, em São Paulo

08/02/2022 12h39Atualizada em 09/02/2022 09h16

Um homem de 26 anos denunciou ter sido espancado dentro do Terminal Santo Amaro, na capital de São Paulo. Handerson Azevedo compartilhou seu relato nas redes sociais, detalhando que os três agressores fizeram inúmeras ofensas homofóbicas durante o ataque contra a vítima, que é gay.

'Hoje é seu dia de morrer viadinho' — 'Hoje você morre' — 'Mata logo ele' ecoa na minha cabeça, não sai de maneira nenhuma. Eu não sei nem por onde começar.

O relato foi escrito por Handerson em seu perfil no Instagram, onde ganhou o apoio de inúmeras figuras públicas, como Pabllo Vittar e Fefito.

Handerson contou que foi atacado por três homens, que o trancaram dentro de uma cabine no banheiro do terminal. O caso aconteceu na noite de domingo (06). Segundo o rapaz, os suspeitos tentaram asfixiá-lo, mas ele conseguiu gritar e acabou sendo socorrido.

"Aconteceu justamente comigo o que um homossexual/ travesti e etc mais teme que ocorre todos os dias em algum lugar. Viver com a apreensão vira uma rotina, conviver com o medo de ser espancado, torturado, morto, é uma realidade que a nossa sociedade não quer enxergar, mas EXISTE e eu sou a prova (VIVA).Todos os dias, a todo momento somos mortos (e não sei como estou aqui, relatando)", destacou a vítima.

Ao compartilhar o relato, ele também postou um vídeo feito pouco após as agressões, com inúmeros hematomas e arranhões no rosto, peito e costas. Handerson pediu justiça pelo crime que sofreu e alertou para a "normalização" de situações de homofobia como um "cotidiano".

"Estou em casa, quebrado, desorientado, mas vivo. Quero deixar um recado especialmente para você que é gay, que tem filho gay, ou amigo é, que não apoia tais condutas, não vamos abaixar nossa cabeça para ninguém. Jamais, nunca. Se cuidem, protejam os seus, se protejam se unam. Pois precisamos de união, para nos manter vivos", concluiu.

Na postagem, Handerson não deu detalhes sobre a identificação e prisão dos agressores. UOL tenta contato com ele para obter mais informações. Em seus stories no Instagram, ele confidenciou que está sofrendo com crises de ansiedade e dores no corpo após o episódio, compartilhado com os seguidores na tarde de ontem.

Em nota à reportagem, a SSP-SP (Secretaria de Segurança Pública de São Paulo) informou que a Polícia Civil investiga o caso, registrado como lesão corporal no 11º DP (Santo Amaro). A vítima tem seis meses para oferecer representação criminal contra os autores da agressão.

Já a SPTrans, que gere o transporte público de ônibus na capital, lamentou o ocorrido, se colocando à disposição para ajudar na investigação, e informou que Handerson "foi socorrido pelos funcionários da empresa que administra o terminal", que o ajudaram a receber atendimento médico.

"A SPTrans repudia qualquer tipo de agressão, violência e discriminação no transporte e nas dependências públicas e realiza campanhas educativas sobre tolerância e respeito em materiais afixados nos ônibus, terminais e publicados em seus perfis nas redes sociais", concluiu o comunicado.