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"Não encostei a mão em um fio de cabelo do Henry", diz Jairinho à Justiça

O ex-vereador Jairo Souza Santos, o dr. Jairinho, durante julgamento  - Brunno Dantas/TJ-RJ
O ex-vereador Jairo Souza Santos, o dr. Jairinho, durante julgamento Imagem: Brunno Dantas/TJ-RJ

Ruben Berta

Do UOL, no Rio de Janeiro

09/02/2022 11h49

O ex-vereador Jairinho pediu para ficar calado em interrogatório no processo em que ele é acusado de matar o enteado Henry Borel, de 4 anos. Porém, ele acabou falando por menos de dez minutos, tempo usado para justificar o silêncio à Justiça.

"Juro por Deus que não encostei a mão em um fio de cabelo do Henry", disse Jairinho. Ele e Monique Medeiros, mãe do menino, são acusados de matar Henry no apartamento do casal na Barra da Tijuca, em 8 de março do ano passado.

O ex-vereador pediu que sejam realizadas novas diligências e que seja marcado um novo depoimento para que possa "provar a sua inocência e a da Monique".

A juíza Elizabeth Louro, da 2ª Vara Criminal, chegou a demonstrar irritação quando Jairinho argumentou que precisava de mais diligências para que pudesse fazer sua defesa. "Objetivamente o senhor não irá responder a nenhuma pergunta, é isso?", questionou a magistrada.

Jairinho questionou as perícias realizadas na investigação e pediu confronto dos peritos oficiais com assistentes, imagens de câmeras de segurança do IML e do hospital onde Henry Borel foi atendido e três folhas que teriam faltado no prontuário de atendimentos.

"Eu tenho pedido desde o início para que ouçam os peritos porque tenho muitas dúvidas a esse respeito. Peço isso incansavelmente", reforçou Jairinho.

A magistrada rebateu: "Já vou adiantar ao senhor que não vou ouvir a opinião do senhor a respeito de prova técnica. O senhor é médico, não é perito".

O ex-vereador se emocionou quando a juíza perguntou o nome de seus dois filhos, de 9 e 15 anos. A magistrada afirmou que a perícia será discutida pela defesa em momento adequado, não cabendo a Jairinho argumentar sobre questões técnicas.

Antes do interrogatório começar, a juíza proibiu que a imprensa fotografe, transmita ou grave o interrogatório do ex-vereador. A transmissão no Youtube também foi proibida pela magistrada. Já a fala da pedagoga Monique Medeiros, mãe do menino, pode ser transmitida normalmente.

A decisão acata um pedido da defesa de Jairinho e foi comunicada minutos antes do início do interrogatório. Os advogados do ex-vereador também ingressaram com um pedido para adiar o interrogatório dele hoje.

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