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PM mata policial civil em frente à delegacia do Guarujá, em SP

Policial civil foi morto após discussão diante de delegacia no Guarujá - Eduardo Diogo/Facebook/Reprodução
Policial civil foi morto após discussão diante de delegacia no Guarujá Imagem: Eduardo Diogo/Facebook/Reprodução

Do UOL, em São Paulo

28/02/2022 22h03Atualizada em 28/02/2022 22h52

Um policial civil morreu na madrugada de hoje após ser baleado durante uma discussão com um policial militar na frente da Delegacia Sede do Guarujá, no litoral de São Paulo.

Eduardo Antonio Brazolim chegou ao local após ser acionado por um dos filhos dele, de 21 anos, em busca de um colega do jovem, que estava detido após uma abordagem.

A versão dos policiais militares e do jovem que registrou o boletim de ocorrência são divergentes: de acordo com os PMs, o filho de Eduardo e o colega dele teriam sido detidos após fazerem gestos obscenos para um grupo de patrulha.

O motoboy teria reagido à detenção e sido socorrido para uma Unidade de Pronto Atendimento, sendo levado à delegacia em seguida. Na delegacia, segundo a versão dos PMs, o policial civil teria tentado tirar satisfações com os militares e iniciado disparos contra eles, que teriam revidado.

De acordo com a família do policial civil, porém, os PMs teriam ameaçado Eduardo de morte, em conversa com o filho dele, quando descobriram quem era o pai do garoto. O jovem, que teria ouvido a ameaça, foi para casa e narrou o ocorrido ao pai, indo com ele à delegacia em seguida.

No local, um grupo de PMs teria cercado o policial civil e atirado nele.

Um dos filhos de Eduardo publicou nas redes sociais imagens do momento em que o motoboy estaria sendo agredido pelos policiais. Em alguns momentos, os militares ameaçam apreender o celular de quem está filmando.

Em nota publicada nas redes, o cunhado de Eduardo, o advogado Renato Cardoso, afirmou que as informações divulgadas pela polícia não mostrariam "o outro lado da história".

"Estarei pessoalmente empenhado na apuração desses fatos, inclusive atuando junto às respectivas Corregedorias da Polícia Civil e da Polícia Militar. Se Deus permitir, em breve chegaremos à verdade real, doa a quem doer", afirmou.

De acordo com a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, um inquérito policial foi aberto pela polícia civil e outro pela Polícia Militar. O caso é investigado pela Delegacia do Guarujá.

As armas dos policiais que estavam envolvidos na ocorrência foram recolhidas. " A autoridade policial analisa imagens, realiza a oitiva de testemunhas e busca por outros elementos que auxiliem no esclarecimento dos fatos", diz trecho da nota da SSP-SP.

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