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Pai de Henry diz acreditar que Monique segurou filho para Jairinho matá-lo

Leniel Borel, pai de Henry Borel, relata não ter forças para se desfazer dos objetos do filho - Bruna Prado/UOL
Leniel Borel, pai de Henry Borel, relata não ter forças para se desfazer dos objetos do filho Imagem: Bruna Prado/UOL

Do UOL, em São Paulo

06/03/2022 13h26

O engenheiro Leniel Borel de Almeida, pai do menino Henry, disse acreditar que a ex-mulher, a professora Monique Medeiros da Costa e Silva, tenha segurado a criança de 4 anos para que o então namorado dela, o médico e ex-vereador Jairo Souza Santos Júnior, o Jairinho, torturasse e matasse o menino.

As declarações foram dadas em entrevista ao jornal O Globo, às vésperas de completar um ano da morte. Jairinho e Monique estão presos e são acusados de matar Henry no apartamento do casal na Barra da Tijuca, no Rio, em 8 de março do ano passado. Eles alegam inocência.

Depois do fim das investigações e com a análise de peritos contratados, acredito que meu filho tenha realmente sido brutalmente assassinado pelos dois. Hoje, para mim, a Monique participou ativamente do ato, segurando o Henry pelos braços para o Jairo bater, com a intenção de matar ele.

Monique "lavou as mãos devido à ambição", crê ele. Para o pai do menino, a ex-mulher via vantagem financeira no namoro com o então vereador em detrimento da saúde física e mental do filho.

"Já ele [Jairinho] é um psicopata, mas que infelizmente só agora o Brasil pôde ter conhecimento de que já torturou outras tantas crianças." Em junho do ano passado, Jairinho foi indiciado pela terceira vez pelo crime de tortura contra criança.

"A pior coisa da minha vida"

Leniel classificou a morte do filho como "a pior coisa de sua vida". Desde então, ele diz ter engordado mais de 15 quilos, faz sessões de terapia duas vezes por semana e toma remédios controlados prescritos por um psiquiatra. "Meus pais não conseguem falar comigo sem chorar. E, por tudo que aconteceu, não consigo mais confiar no ser humano", contou.

O engenheiro relata ainda não ter forças para se desfazer das roupas e dos brinquedos de Henry, mas pretende doá-los no futuro. Ele descreve o menino como uma "criança maravilhosa", "super educado, amável, o filho que qualquer um queria ter".

Leniel diz ter percebido que havia algo errado desde que entrou no hospital e ficado sabendo que o filho já chegou morto ao local.

Fui reunindo informações, perguntei às médicas sobre como uma criança com a saúde perfeita tinha morrido daquela maneira. Depois, o laudo do Instituto Médico-Legal identificou lesões no corpo e atestou que a morte foi por laceração hepática, com hemorragia interna, provocada por ação contundente. A partir dali, passei a relacionar tudo com as reações que o Henry vinha demonstrando nas últimas semanas, reclamando que ''o tio machucou' e também chorando na hora de voltar para a casa deles.

O engenheiro diz estar confiante que Monique e Jairinho serão condenados "à maior pena possível, exatamente na proporção da brutalidade que cometeram contra Henry".

Monique e Jairinho dizem ser inocentes

Em mais de 10 horas de depoimento à Justiça do Rio de Janeiro, Monique detalhou, no mês passado, os momentos que antecederam e sucederam a morte do filho. A pedagoga relatou episódios em que o Jairinho se mostrou agressivo, controlador, ciumento e possessivo. Ela diz que estava dormindo quando foi avisada por ele que o filho tinha "caído da cama" no quarto ao lado.

Já o ex-vereador pediu para ficar calado em interrogatório, mas acabou falando por menos de dez minutos, tempo usado para justificar o silêncio à Justiça.

"Juro por Deus que não encostei a mão em um fio de cabelo do Henry", disse ele, na ocasião.