Topo

Esse conteúdo é antigo

Internados, irmãos resgatados após 26 dias na floresta apresentam melhora

Irmãos passaram 26 dias desaparecidos bebendo água de chuvas e foram encontrados na terça-feira (15) - Divulgação
Irmãos passaram 26 dias desaparecidos bebendo água de chuvas e foram encontrados na terça-feira (15) Imagem: Divulgação

Do UOL, em Brasília

19/03/2022 13h58Atualizada em 20/03/2022 14h09

Os irmãos de 7 e 9 anos que passaram 26 dias desaparecidos na Floresta Amazônica seguem internados no Hospital e Pronto Socorro da Criança na zona oeste de Manaus-AM. Boletim médico divulgado neste sábado (19) informa que eles aceitaram a dieta oferecida e estão ganhando peso.

Conforme o boletim, divulgado pela SES (Secretaria Estadual de Saúde), as crianças "seguem estáveis, comunicativas e com boa resposta ao tratamento preconizado, acompanhadas por equipe multidisciplinar da unidade".

O boletim informou ainda que os irmãos Gleiçon, 9, e Glauco, 7, "apresentaram melhora considerável do quadro, aceitam a dieta oferecida, evoluem com cicatrização das lesões, com ganho de peso e boa recuperação das funções renais".

Os garotos deram entrada no hospital em Manaus com sinais de desnutrição, depois de passarem 26 dias na Floresta Amazônica bebendo água das chuvas e comendo sorva —um fruto típico da região— para não morrerem.

Eles foram encontrados na última terça-feira (15) por um cortador de lenha, em uma região a cerca de 35 quilômetros da comunidade onde moram, em Manicoré.

Os irmãos haviam desaparecido no dia 18 de fevereiro, após saírem de casa para caçar passarinhos, informou na época o Corpo de Bombeiros. A guarnição anunciou o encerramento das buscas no dia 25 de fevereiro, mas familiares e moradores continuaram as buscas pelos garotos.

Menino carregou irmão nas costas

Uma das enfermeiras que atendeu os meninos no hospital disse que o irmão mais velho precisou carregar o mais novo nas costas, por vários momentos, na floresta. Segundo ela, o garoto de 7 anos tinha dificuldades para andar, por causa de feridas nos pés, provocadas pelo contato com o solo.

Ainda segundo a enfermeira, os meninos relataram que usavam folhas de árvores para coletar a água que caía das chuvas e, assim, não morrerem de sede. O tio dos garotos disse ao UOL que, para a família, "a maior aflição já passou".

Busca por tratamento especializado

As duas crianças foram transferidas de Manicoré, a 390 km de Manaus, em uma UTI (Unidade de Terapia Intensiva) aérea, após o Ministério Público expedir ofício determinando o deslocamento, caso não fosse possível atendimento especializado —em até quatro horas— no Hospital Regional de cidade.

A SES informou na sexta-feira (18) que os meninos recebiam os cuidados necessários para reverter o quadro de desnutrição e de escoriações.