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Petrópolis: Desaparecido em fevereiro e mais 7 corpos são encontrados

10.mar.2022 - Maria das Graças dos Santos, 61, buscava o irmão Antônio Carlos dos Santos, 56, há mais de um mês após temporal em Petrópolis - Eduardo Anizelli/Folhapress
10.mar.2022 - Maria das Graças dos Santos, 61, buscava o irmão Antônio Carlos dos Santos, 56, há mais de um mês após temporal em Petrópolis Imagem: Eduardo Anizelli/Folhapress

Lola Ferreira

Do UOL, no Rio

23/03/2022 16h10

O Corpo de Bombeiros concluiu hoje as buscas por vítimas após temporal em Petrópolis no último domingo (20). No total, foram localizados oito corpos, sendo que um deles é de Antônio Carlos dos Santos, 56, que estava desaparecido desde a tragédia de 15 de fevereiro.

Foram encontrados dois corpos no Morro da Oficina —área mais afetada pela chuva do mês passado, que matou ao menos 234 pessoas— e cinco na rua Washington Luiz, no centro, onde uma casa de três pavimentos desabou. Neste local, morreram mãe e filho, um professor amigo dele, além de duas mulheres também com relação de parentesco (tia e sobrinha).

Antônio Carlos era procurado pelos bombeiros no curso do rio Quitandinha, onde outros três corpos continuam desaparecidos. Uma irmã de Antônio Carlos, Maria das Graças dos Santos, saía pelas ruas da cidade todos os dias buscando o homem. Ele foi identificado pelo exame das digitais.

Entre os mortos, Mário Augusto Queiroz de Carvalho era o amigo que estava na casa da Washington Luiz para ajudar Nelson da Costa, 59, a retirar a mãe, Heloisa Helena da Costa, 86, do local devido ao temporal.

Nelson era professor universitário e doutor em Artes Visuais pela UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro). Ele lecionava nos cursos de Arquitetura, Publicidade e Design de Moda na Universidade Estácio de Sá em Petrópolis. Nas redes sociais, alunos lamentaram a morte de Nelson.

"Uma perda irreparável. Mestre maravilhoso, seus ensinamentos são inesquecíveis. Nos corações dos seus alunos ele será eterno!", disse uma ex-aluna.

Já Mário era coordenador de graduação do curso de bacharelado em Filosofia da UFRJ. A universidade lamentou, por meio de nota, a morte do docente.

Vítima gravou alagamento antes de morrer

As duas outras vítimas no local são Miriam Gonçalves do Valle, 32, e a sobrinha dela, Vanila de Jesus da Silva. Pouco antes do deslizamento da sua casa, ainda no domingo, Miriam fez uma transmissão ao vivo em seu perfil no Facebook para mostrar o estrago causado pelas chuvas.

A rua Washington Luiz, já às 14h40, estava alagada e com fluxo intenso de água. O vídeo —em que aparece a voz de um homem— termina com uma mulher lamentando. "Eu falei, vamos embora. Mas a água já está aqui, já". Não é possível afirmar em qual ponto da rua as imagens foram feitas.

Atendimento a desalojados e desabrigados continua

De acordo com a Prefeitura de Petrópolis, há 1.114 pessoas acolhidas em 24 pontos de apoio na cidade. A Defesa Civil afirma que, desde as chuvas de fevereiro, 2.700 imóveis foram interditados.

Os pontos de apoio são: Escolas públicas: Paróquia de Santo Antônio, Comac - Escola Germano Valente, E. das Comunidades Santo Antônio, E.M. Papa João Paulo II, Paroquial Bom Jesus, Cei Tia Alice, Cei Chiquinha Rolla, E. M. Rubens de Castro Bomtempo, E. M. Alto Independência, E. M. Ana Mohammed, E. M. Marcelo Alencar, E. M Duque de Caxias, E. M. Senador Mario Martins, E.M. Rosalina Nicolay e E. M. Geraldo Ventura Dias.

E ainda os pontos voluntários: Igreja Videira, Quadra do Oswaldo Cruz, Associação de Moradores Vila São José, Igreja Wesleyana - Caxambu, Igreja Católica Floresta, Igreja Redenção, Sitio São Luiz, Assembleia de Deus Floresta e Abrigo São Manoel.