MT: Família morta em queda de avião plantava soja; piloto deixa 2 filhos

As três pessoas da mesma família que morreram em um acidente de avião trabalhavam com produção rural. O empresário Juvenal Entringer, 63, estava acompanhado dos seus filhos Guilherme Venturini Entringer, 33, e Lucas Venturini Entringer, 32. Além deles, também morreu o piloto Dan Halan Toledo Martins, 27.

Eles estavam em um Cessna 210 que caiu nos arredores de uma fazenda de Primavera do Leste (MT) na noite de ontem. Ainda não se sabe as circunstâncias da queda.

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As primeiras testemunhas da queda foram moradores de uma chácara na região, que ligaram para a Polícia Militar. O avião foi localizado por volta de 22h30 de ontem.

Família Entringer

Juvenal, Guilherme e Lucas Entringer moravam na cidade de Primavera do Leste e trabalhavam com produção rural. No começo de 2021, eles abriram uma sociedade na empresa Entringer Agro, que tinha capital social de R$ 200 mil e, segundo dados públicos, trabalhava primordialmente com cultivo de soja.

Além dos negócios de produção rural, Juvenal, 67, que era pai dos dois empresários, também era sócio de uma associação de Kart em Primavera do Leste e do Clube dos Veteranos de Boa Esperança, no estado do Paraná.

Guilherme, 33, era o filho mais velho de Juvenal. Ele deixa a esposa, que era sócia de uma confeitaria na cidade, e dois filhos.

"É com imenso pesar que comunicamos o falecimento de Guilherme Entringer, esposo da Diéllica, seu cunhado Lucas e seu sogro Juvenal, ocorrido na noite passada. Neste momento tão doloroso, nosso coração está presente com a família e amigos. Todos nos deixam um legado de amor, alegria e fé na vida. Pedimos orações e que Deus nos conforte", afirmou a confeitaria em publicação nas redes.

A escola particular na qual um dos filhos de Guilherme estuda também publicou uma homenagem nas redes sociais se compadecendo com o ocorrido. O menino, filho mais velho da família, está no 2º ano do ensino fundamental.

Lucas, 32, era filho mais novo de Juvenal. Ele deixa um filho e a esposa, uma arquiteta da cidade de Primavera do Leste. Além do trabalho com agropecuária, ele também era sócio de uma empresa de Biotecnologia, de uma empresa de Logística e de uma empresa de exercícios físicos, todas em Mato Grosso.

"Grata por ter tido o privilégio de ter vocês como meus patrões. Que o senhor conforte todos os familiares", afirmou em publicação nas redes Edilene Gonçalves, que seria uma das funcionárias da família.

"Primos queridos, que triste! Como sempre falo, como é difícil devolver para Deus, o que, sempre foi dele", lamentou um parente em outra publicação.

Dan Halan Toledo Martins

O piloto do avião, Dan Halan Toledo Martins, 27, nasceu na cidade de Frederico Westphalen (RS) e morava em Primavera do Leste, onde ocorreu o acidente.

Segundo publicações de parentes e amigos nas redes, ele deixou a esposa e dois filhos pequenos.

Nas redes sociais, o piloto compartilhava desde 2017 fotos da sua profissão, com imagens de pistas de pouso ou selfies no comando das aeronaves.

Uma das suas últimas postagens públicas foi uma despedida à mãe, que morreu há menos de um ano. "Vou pensar em você todos os dias da minha vida, e sempre te agradecer por tudo que fez por mim. Um dia eu te encontro por ai", disse ele.

"Mais uma vez nossa família está despedaçada pela perda de alguém que amamos. Nem nos recuperamos da partida da tia e agora essa tragédia. Sem palavras para descrever a dor e tristeza", afirmou uma das familiares do piloto.

Um tio do jovem também fez uma publicação de despedida nas redes sociais falando das condições de voo, que foram apontadas por alguns como a possível causa do acidente.

"Muitas vezes falamos sobre dias de chuva na aviação. Sempre é perigoso. Deixa seus dois filhos, esposa e um irmão que estava morando com você. Um pai amado dedicado. Só posso dizer fica com Deus e agora com sua mãe aí em cima", afirmou.

Órgãos de fiscalização investigam causa da queda

De acordo com a Força Aérea Brasileira, órgãos de fiscalização foram acionados para ir até o local da queda e recolher materiais para investigar o que aconteceu com a aeronave.

A aeronave de prefixo PT-IXG está cadastrada na Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) no nome de Jorge Francisco Mira, bancário de Primavera do Leste. Fabricada em 1973, ela pode levar até cinco passageiros e tem autorização para voar válida até 19 de maio de 2022, mas não para realizar táxi aéreo.

De acordo com a Força Aérea Brasileira, órgãos de fiscalização foram acionados para ir até o local da queda e colher materiais para investigar o que aconteceu. Além de conversar com testemunhas, as equipes recolheram partes da aeronave e fotografaram a área do acidente.

"O objetivo das investigações realizadas pelo Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos) é prevenir que novos acidentes com características semelhantes ocorram. A conclusão das investigações terá o menor prazo possível, dependendo sempre da complexidade de cada ocorrência e, ainda, da necessidade de descobrir os fatores contribuintes", afirmou nota da FAB.