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Mega-Sena: Caixa de lotérica cobra carro prometido por ganhador de bolão

A operadora de caixa Luciane Pelegrine, 42, espera ganhar o carro prometido por apostador do bolão milionário da Mega-Sena em Santos - Arquivo Pessoal
A operadora de caixa Luciane Pelegrine, 42, espera ganhar o carro prometido por apostador do bolão milionário da Mega-Sena em Santos Imagem: Arquivo Pessoal

Maurício Businari

Colaboração para o UOL, em Santos

06/04/2022 18h56

Um dos 44 ganhadores do bolão milionário que faturou R$ 122 milhões no último concurso da Mega-Sena prometeu, caso vencesse, comprar um carro para a operadora de caixa Luciana Pelegrine, da lotérica Santo & Santo, onde a aposta foi feita. Agora a mulher, de 42 anos, que há sete trabalha no estabelecimento, espera que o sortudo cumpra a promessa.

O valor total do prêmio foi repartido entre funcionários de uma empresa de logística que atua no porto de Santos, litoral de São Paulo. As cotas foram registradas na lotérica que fica no bairro da Vila Mathias, região central da cidade. Cada apostador tem direito ao valor de R$ 2.786.981,17.

"Eu conheço ele, é um cliente aqui da lotérica", afirmou a operadora de caixa ao UOL. "Ele esteve aqui no sábado de manhã e fui eu quem tirei os bilhetes. Ele veio sozinho e me disse que 'se a gente ganhar, vamos te dar um carro', referindo-se ao grupo que estava fazendo a aposta".

Luciana contou que é muito comum apostadores fazerem promessas aos operadores de caixa das lotéricas.

Eles vêm até aqui na empolgação de ganhar e prometem comprar celulares, carros e até casas para a gente. Quando ganham, não voltam. Mas o carro eu vou querer. Estou precisando, o meu é muito velho.
Luciana Pelegrine, operadora de caixa de lotérica

Outra atitude comum nas lotéricas são as caixinhas. Mas, segundo a operadora de caixa, elas geralmente não passam dos R$ 100. "Tem muito cliente que gosta de dar uma caixinha quando ganham alguma coisa. Mas geralmente são valores baixos, então as caixinhas também são. Mas o que vale é a lembrança, a demonstração de gratidão".

Formada em pedagogia e moradora do Jardim São Manoel, bairro de Santos, a funcionária da lotérica acredita que, dessa vez, o cliente não irá decepcioná-la. "Ele não parecia estar brincando, não. Ele falou bem sério mesmo. Eu agradeci e avisei que iria cobrá-lo. Vamos aguardar umas duas semanas e aí ele aparece".

Quanto ao modelo do automóvel, Luciana garante que não importa qual seja. Porém, ela confessa que o seu favorito é o Jeep Renegade e diz que ficaria feliz se o apostador a presenteasse com um. Além disso, ela avisa que o ganhador não precisa nem se dar ao trabalho de ir até a concessionária, comprar o carro e levar até ela.

"Ele não precisa ter esse trabalho. Se ele quiser pode fazer a doação em PIX ou então enviar um motoboy com um cheque no valor de um automóvel, já fico feliz", brinca. "Sou pé quente, registrei os bilhetes do bolão e eles ganharam. Com certeza, vão lembrar de mim na hora certa", conclui.

Quatro apostadores ainda não foram buscar prêmio

Até as 17h de hoje, quatro dos 44 participantes do bolão ainda não foram reclamar o prêmio da Mega-Sena, segundo informações do setor de Loterias da Caixa Econômica Federal. O banco lembra que os prêmios prescrevem 90 dias após a data do sorteio. Após esse prazo, os valores são repassados ao tesouro nacional para aplicação no FIES (Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior).

Confusão

A história da premiação do bolão dividido entre funcionários da empresa portuária esteve cercada de confusão desde sábado (2), quando a Caixa divulgou o resultado da premiação. Os números sorteados foram: 22-35-41-42-53-57.

A notícia de que o prêmio havia saído para o bolão de colaboradores da firma portuária se espalhou rapidamente e não demorou para que alguém vazasse a lista de vencedores, incluindo números de telefones. Importunados por mensagens e telefonemas de estranhos e sentindo-se expostos, alguns participantes ameaçaram envolver a polícia para apurar quem havia publicado a lista.

Na segunda-feira, a maioria dos ganhadores não compareceu à empresa para trabalhar e seus colegas afirmam que nem voltará mais, que o pedido de demissão é certo. Até ontem, segundo uma fonte, ainda havia gente chorando, arrependida por não ter participado da aposta coletiva.