Após denúncia arquivada, padre Robson se diz 'vítima de agressão'
O padre Robson de Oliveira, que foi investigado em supostos pagamentos de propina com dinheiro desviado de fiéis, se manifestou pela primeira vez depois da decisão do STJ (Superior Tribunal de Justiça) de arquivar o processo definitivamente.
"Há exatamente 1 ano e 8 meses fui vítima de uma agressão absurda, sem tamanho. Presenciei minha casa sendo invadida da pior maneira que se pode imaginar", afirma Oliveira. O padre disse que só tomou conhecimento sobre o processo quando as autoridades revistaram sua casa.
De acordo com o padre, ele se manteve calado durante o processo por obediência ao seu superior religioso, que achou que seria melhor dessa forma. "Aguentei calado todas as diversas formas de investidas contra mim", afirma.
O padre diz que nem tudo que se vê e ouve condiz com a realidade, que tudo pode ser editado. "Imagine o que pode fazer com a voz de uma pessoa que tem mais de 45 mil horas de falas na internet, como é meu caso", disse.
Oliveira disse que sempre foi inocente. "O ocorrido foi algo incomum, desnecessário e até contrário ao devido processo legal. Eu era e sou inocente, não deveria ter passado por nada disso", afirmou Oliveira.
Assista ao pronunciamento na íntegra:
Entenda o caso
O padre foi investigado por suspeita de participar de uma movimentação de R$ 2 bilhões que deveriam ser utilizados para a construção do novo Santuário Basílica de Trindade, na região metropolitana de Goiânia.
Segundo o Ministério Público de Goiás, o padre teria comprado fazendas, casa na praia e até um avião. Em novembro, a TV Record mostrou áudios em que o padre Robson de Oliveira discute estratégias com advogados da Afip (Associação Filhos do Pai Eterno) para dar aparência de legalidade a contratos e compras feitos por terceiros que poderiam ser alvo de investigação.
Nos áudios, uma das funcionárias questiona se um dos investimentos na área imobiliária pode ser considerado roubo.
No momento, o padre responde: "Estou dando legitimidade para uma coisa ilegítima, porque eu considero que foi estelionato aquilo lá. Os caras lá já falavam: 'Olha, você vai passar por fora para mim tanto", disse ele.
Os áudios foram recuperados do próprio celular do padre, de acordo com a emissora. Em outubro de 2020, a Justiça determinou que as investigações fossem interrompidas. Após recursos, o caso foi para o STJ, que em maio deste ano, manteve a investigação bloqueada.
À época, o desembargador Olindo Menezes considerou que as provas usadas pelo Ministério Público durante a operação foram compartilhadas de maneira ilegal de outra apuração.
No dia 18 de abril, o STJ decidiu arquivar o caso contra o padre definitivamente.
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